Os profissionais de saúde de Ohio, nos Estados Unidos, estão a receber cada vez mais ataques por parte de familiares de pessoas não vacinadas contra a Covid-19, sendo acusados de não darem o tratamento que estes consideram adequado.
O alerta vem de um representante estadual do nordeste de Ohio, que afirma que a situação é "insana"
Casey Weinstein, membro da Câmara dos Representantes do Ohio, alerta sobre o aumento de ataques a profissionais de saúde por pessoas relacionadas com pacientes que não foram vacinados contra o coronavírus Covid-19, chamando a situação de “insana”.
“Acabei de ser informado por um CEO de uma grande rede de hospitais”, escreve Weinstein no Twitter. “Não estão apenas além da capacidade. As famílias dos seus pacientes não vacinados estão a atacar os cuidadores por não lhes darem medicamentos falsos ou os tratamentos 'certos'", alerta.
Segundo o representante, ocorrem cerca de 25 incidentes destes por dia.
Weinstein pede respeito por estes profissionais, pois são "a última linha de defesa”.
Summa and I agree we need to protect our healthcare workers. What's clear is that there is an increase in aggressive security incidents against workers, which was discussed on our call, and that we must focus on patient AND healthcare worker safety...
— Rep. Casey Weinstein (@RepWeinstein) December 22, 2021
"100% falso": Hospital nega ataques
O hospital, por sua vez, nega os ataques referidos por Casey Weinstein.
A rede em causa, a Summa Health, nega totalmente as afirmações referidas por Weinstein na sua conta de Twitter, embora tenha sido discutido em setembro o aumento de incidentes de segurança.
"O tweet publicado era simplesmente impreciso", disse o porta-voz da Summa, Mike Bernstein. "O Dr. Deveny [CEO da rede de hospitais] não fez essa declaração. Em nenhum momento o Dr. Deveny disse que pacientes não vacinados estão a atacar os nossos funcionários", aponta o porta-voz.
Bernstein acrescentou que as questões entre a equipa do hospital e os pacientes e famílias sempre existiram na saúde em geral e que "com a Covid-19" agravou devido ao stress envolvido.
Deveny esclareceu que a rede Summa normalmente tem 25 pacientes violentos por dia que requerem acompanhamento especial e isso acontecia mesmo antes antes da pandemia. Esses casos são separados dos incidentes que envolvem famílias.
“O que vimos nos últimos 20-22 meses é que as mudanças nas regras de visitas têm frustrado as pessoas. O fato de serem obrigados a usar máscaras e de haver um limite para as pessoas que podem visitar, isso é frustrante”, revelou o médico acrescentando que " as pessoas na linha da frente" acabam por isso por "sofrer muito com o abuso verbal".
Leia Também: Pfizer aprovou hoje primeiro comprimido contra a Covid-19