Poderá a nova variante Ómicron significar o fim da pandemia? Desde que a Covid-19 passou a fazer parte dos nossos dias que as opiniões sempre se multiplicaram e agora, com esta nova variante, não é exceção.
Esta quarta-feira, o virologista Pedro Simas já tinha afirmado isso mesmo, que este seria o fim da pandemia no mundo, e não é o único a pensar desta forma.
Dois médicos israelitas da Universidade Hebraica de Jerusalém, Zvika Granot e Amnon Lahad, disseram esta semana que, embora a Ómicron seja preocupante, não é "um desastre para a saúde" e pode ser o fim da pandemia.
Ambos os especialistas afirmam que estará próximo “um estado pós-pandémico em que viveremos com o coronavírus como vivemos com as várias variantes da gripe e outros vírus”.
“Geralmente, os vírus muito agressivos não são muito contagiosos e os que são muito contagiosos [como é o caso da variante Ómicron] não são muito agressivos”, explica Zvika Granot.
Amnon Lahad, diretor do Departamento de Medicina Geral da Universidade Hebraica de Jerusalém, explica que um fim de pandemia implica uma variante muito transmissível, mas com poucos sintomas e isso é o que está a acontecer com a variante Ómicron, inicialmente detetada na África do Sul.
"Se olharmos ao detalhe, verifica-se que os testes de PCR mostram mais casos positivos, mas não vemos um aumento nos casos graves, ao invés disso, vemos uma diminuição ou estabilidade", explica.
“Muitas pessoas vão apanhá-lo, mas vão ficar com o nariz a pingar e talvez com febre por alguns dias, e então vão continuar com a sua vida normal. Quando ocorre este tipo de situação, a grande maioria se infecta e supera, desenvolvendo uma verdadeira imunidade de grupo”, detalhou Granot acrescentando que “deste ponto de vista, é possível que a Ómicron seja a luz ao fim do túnel”.
Em Israel, já se pondera apostar num contágio em massa já que Ómicron é menos grave.
A estratégia de "contágio em massa" foi a que a Suécia seguiu na fase inicial da pandemia, quando decidiu não impor restrições severas às pessoas que não pertenciam a grupos de risco, numa tentativa de continuar com a vida normal e de alcançar a imunidade do grupo. Porém, essa estratégia, aplicada antes das vacinas estarem disponíveis e quando o coronavírus era mais letal, foi então vista como um fracasso e forçou o país a mudar de rumo.
A situação agora é diferente. Além de possuirmos uma taxa de vacinação bastante elevada a nível europeu e estarmos perto dos 50% de população vacinada a nível mundial, também a variante Ómicron poderá pesar na adoção desta medida de "contágio em massa", visto ser mais contagiosa, mas provocar doença leve.
Também Pedro Simas, virologista português, defendeu hoje que, tendo Portugal a taxa de vacinação tão elevada, neste momento é mais vantajoso deixar o vírus disseminar-se do que impor mais medidas que serão mais "penosas" do que realmente eficazes.
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