A posição austríaca contra a proposta da Comissão Europeia (CE) foi manifestada pela ministra do Meio Ambiente e Energia, a ecologista Leonore Gewessler, alegando que a energia atómica e o gás natural "são prejudiciais ao clima e destroem o futuro dos nossos filhos".
A governante garantiu, na sua conta na rede social Twitter, que o Governo da Áustria vai estudar detalhadamente o projeto e que, se a proposta da Comissão for aplicada, levará o assunto ao Tribunal de Justiça da União Europeia.
Na sequência de um referendo realizado em 1978 que rejeitou a abertura de uma central nuclear, foi aprovada legislação nacional que proíbe o uso deste tipo de energia no país.
A CE pretende que os investimentos em centrais nucleares que obtenham uma licença de construção até 2045 recebam o rótulo verde e que o gás natural seja considerado sustentável, desde que seja proveniente de energias renováveis ou tenha baixas emissões de gases.
Os Estados-membros estão divididos quanto ao papel que estas duas fontes de energia devem desempenhar na transição para a neutralidade climática que Bruxelas pretende alcançar em 2050.
A França lidera o grupo de países que querem que a energia nuclear seja considerada sustentável, enquanto Espanha e a Alemanha se opõem, embora Berlim defenda que os investimentos em gás natural recebam o selo verde durante o período de transição.
Os ambientalistas também se opõem ao reconhecimento das centrais a gás, que emitem dióxido de carbono (CO2), e das centrais de energia nuclear, alegando a produção de lixo radioativo.
A Greenpeace considerou que a proposta da CE, ao promover essas formas de "energia tóxica e cara durante as próximas décadas, é uma ameaça real à transição energética da Europa", enquanto a organização WWF manifestou a sua "preocupação" pelo facto de a Comissão ter estabelecido 12 de janeiro como prazo limite para os países da União e a Plataforma de Financiamento Sustentável se pronunciarem sobre uma medida que considera "complexa e polémica".
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