Uma mulher conduziu durante 13 horas, percorreu 1200 quilómetros e atravessou duas fronteiras, de Kent, em Inglaterra, a Milão, Itália, para vacinar a filha de nove anos.
Alice Chapman-Hatchett optou por percorrer todo este percurso de carro apenas para evitar riscos desnecessários em aeroportos e transportes.
A razão pela qual a mulher fez todo este percurso, não vacinando a filha no Reino Unido, é porque aí a vacina ainda não está disponível para menores de 12 anos, ao contrário de Itália que já vacina crianças a partir dos cinco anos desde dezembro.
Para Alice, que além de mãe é especialista em saúde pública, a medida do Reino Unido de manter os menores de 12 anos sem vacina é incompreensível e, por isso, rumou de malas a bagagens, com o marido e a filha, para Itália de onde os três são naturais.
Há cerca de quatro semanas, a menina recebeu a primeira dose e agora, ainda em Itália, em Lombardia, a família prepara-se para concluir o processo com a segunda dose da vacina agendada para esta sexta-feira. Só depois a família italiana volta a casa, em Kent, Inglaterra.
A mulher afirma que a decisão foi tomada com normalidade visto que o casal possui já as três doses da vacina e as primas da menina, em Itália, também já tinham iniciado a vacinação. Além disso, preocupava-a os efeitos da doença a longo prazo em crianças.
"É um vírus totalmente novo, não sabemos os efeitos a longo prazo. Não queria que ela me dissesse daqui a 5, 10 ou 15 anos 'mãe, tenho problemas de coração, cérebro, pulmões: por que não me protegeste?' Espero que não aconteça, mas por não saber prefiro evitar tanto quanto possível tal impacto", justifica a mulher.
Recorde-se que, à semelhança do que acontece em Itália, também em Portugal a vacinação em crianças a partir dos 5 anos já foi autorizada tendo já começado em dezembro, por fases. Os jovens entre os 9 e os 11 anos foram os primeiros a iniciar o processo que irá continuar em idade decrescente até se vacinar, por fim, as crianças mais novas.
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