Conflito entra em nova escalada. Forças governamentais avançam pelo sul

As forças do Governo do Iémen reconhecido internacionalmente reclamaram hoje a recuperação de grandes porções de território no sul do país aos rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, de acordo com oficiais citados pela Associated Press (AP).

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Lusa
05/01/2022 23:37 ‧ 05/01/2022 por Lusa

Mundo

Iémen

O avanço na província de Shabwa (sul) acontece numa altura de ataques aéreos feitos pela coligação liderada pela Arábia Saudita, que combate os Huthis pelo Iémen, incluindo na capital, Sana.

Os rebeldes também aumentaram o seu número de ataques transfronteiriços, usando mísseis balísticos e drones carregados com explosivos para atingir a Arábia Saudita.

Os Huthis capturaram recentemente um navio dos Emirados Árabes Unidos no mar Vermelho, ao largo da cidade de Hodeida, disputada pelas duas fações em conflito.

As tropas governamentais entraram na província de Shabwa no início do mês, recuperando grande parte do distrito de Usailan aos Huthis.

Um porta-voz dos rebeldes não respondeu às chamadas da AP, mas um gabinete de imprensa Huthi afirmou que a coligação liderada pela Arábia Saudita lançou dezenas de ataques aéreos sobre os rebeldes.

Os combates também aumentaram desde novembro em Hodeida, num revés para o cessar-fogo negociado pela ONU em 2018 que terminou o conflito na cidade portuária.

Na terça-feira, a coligação liderada pela Arábia Saudita apelou a que os Huthis libertassem o navio dos Emirados, denominado Rwabee, avisando que atacaria portos usados pelos rebeldes para tomar conta da embarcação.

O porta-voz da ONU Stéphane Dujarric disse que as Nações Unidas estão a seguir "com preocupação" as informações relativas à captura do navio dos Emirados "naquilo que os Huthis classificaram como águas iemenitas".

Por outro lado, os rebeldes acusam a coligação liderada pela Arábia Saudita de impedirem um petroleiro de chegar a Hodeida, apesar de receber autorização da ONU, acusando os sauditas de desviarem o navio para a sua cidade de Jizã.

Segundo a AP, ainda não foi possível obter reação por parte da coligação.

A guerra civil no Iémen começou em 2014, quando os Huthis tomaram a capital, Sana, e grande parte do norte do país, forçando o Governo a fugir para o sul, e depois para a Arábia Saudita.

A coligação liderada pelos sauditas, apoiada então pelos Estados Unidos, entrou na guerra meses depois, de forma a tentar repor o poder.

Entretanto, o conflito criou a pior crise humanitária do mundo, deixando milhões de pessoas com falta de comida e cuidados de saúde.

Leia Também: Coligação árabe ameaça retaliar Huthis após rebeldes capturarem cargueiro

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