Etiópia. Três refugiados morrem em ataque aéreo no Tigray

Três refugiados eritreus, entre os quais duas crianças, morreram na quarta-feira num ataque aéreo na região do Tigray, atualmente em guerra, indicou o Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), segundo a agência France-Presse (AFP).

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© EDUARDO SOTERAS/AFP via Getty Images

Lusa
06/01/2022 22:15 ‧ 06/01/2022 por Lusa

Mundo

ONU

"Estou profundamente entristecido por saber que três refugiados eritreus, entre os quais duas crianças, foram mortos ontem [quarta-feira], num ataque aéreo que atingiu o campo de refugiados de Mal Aini, no norte da Etiópia", indicou, num comunicado, o Alto-Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi.

Quatro outros refugiados ficaram feridos, mas as suas vidas não estão em perigo, e a organização humanitária está a ajudá-los a receber cuidados médicos, de acordo com a AFP.

"Os meus pensamentos e a minha mais profunda simpatia vão para os entes queridos das vítimas deste ataque", indicou Grandi, sublinhando que "os refugiados não devem ser um alvo".

"Enquanto o ACNUR continua a reunir-se e a juntar detalhes do evento, reitero o apelo do ACNUR a todas as partes no conflito para respeitar os direitos de todos os civis, incluindo os refugiados", insistiu Filippo Grandi, precisando que "todas as instalações de refugiados devem ser sempre protegidas".

A guerra na região do Tigray começou em novembro de 2020, depois do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, ter enviado o exército federal para a região, para destituir as autoridades locais, provenientes da Frente de Libertação do Povo do Tigray (FLPT), que desafiou a sua autoridade e o acusou de ter atacado bases militares.

Abiy Ahmed proclamou a vitória três semanas mais tarde, após a tomada da capital regional, Mekele. No entanto, em junho, a FLPT recuperou a maior parte do Tigray, marcando uma viragem na guerra.

Toda a região está sem acesso a comunicações e as Nações Unidas denunciaram um "bloqueio de facto" às chegadas de ajuda humanitária para os seis milhões de habitantes do Tigray.

De acordo com a ONU, nenhum camião com ajuda humanitária chegou ao Tigray desde meados de dezembro, e alguns pesados de mercadorias que estavam em espera para entrar na região foram pilhados.

Os centros de saúde também fecharam nalgumas partes da região devido à falta de medicamentos essenciais, segundo o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

Leia Também: Cazaquistão. EUA e ONU apelam a "resolução pacífica" da crise

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