China "saúda" decisões do PR cazaque e Alemanha apela ao diálogo
A China saudou hoje o que classificou como "decisão altamente responsável" do Presidente do Cazaquistão para acabar com a agitação civil no país, enquanto a Alemanha defendeu que a "violência nunca é a resposta adequada" e apelou ao diálogo.
© Reuters
Mundo Cazaquistão
Em Pequim, a agência noticiosa Nova China referiu que o Presidente chinês, Xi Jinping, considerou "altamente responsável" a decisão do homólogo cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, de tomar "medidas fortes" contra os manifestantes, destinadas a pôr termo à violência no Cazaquistão.
"[Tokayev] tomou medidas fortes e decisivas em momentos críticos e acalmou rapidamente a situação, mostrando assim a sua responsabilidade e o seu sentido de dever como político", afirmou o Presidente chinês, acreditando que o homólogo cazaque se mostrou "altamente responsável pelo seu país e pelo seu povo".
Em Berlim, o Governo alemão defendeu hoje que a "violência nunca é a resposta adequada" para qualquer conflito, nomeadamente com o que está a acontecer no Cazaquistão, e apelou às partes envolvidas para procurarem uma solução pacífica.
"Apelamos a todas as partes envolvidas para conter as hostilidades e chegarem a uma solução pacífica", declarou a porta-voz do Governo da Alemanha, Christiane Hoffmann, que expressou a "grande preocupação" de Berlim com a autorização dada pelo Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, à polícia, para disparar "sem aviso" sobre "bandidos armados" na origem dos atuais distúrbios.
"A violência nunca é a resposta adequada. É a nossa convicção. É muito claro que o uso de força letal com munições reais contra civis não é uma opção. Mais a mais, quando as forças militares estão envolvidas, este deve ser apenas o último recurso", acrescentou, por seu lado, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, Christofer Burger.
Na sua intervenção de hoje, o chefe de Estado cazaque também rejeitou qualquer possibilidade de negociação com os manifestantes, considerando "absurdos" os apelos ao diálogo feitos por organizações e países ocidentais.
O Cazaquistão, maior país da Ásia Central, está desde domingo envolto em tumultos após manifestações de protesto contra o aumento dos preços do gás liquefeito, um dos combustíveis mais utilizados nos transportes do país, de 60 tengues por litro (0,12 euros) para o dobro, 120 tengues (0,24 euros).
Segundo um comunicado divulgado hoje pelo Ministério do Interior cazaque, as forças de segurança locais mataram 26 pessoas na operação "antiterrorista" que estão a realizar, sobretudo em Almaty, para pôr fim aos protestos.
No documento, o Ministério do Interior refere que foram detidos "mais de 3.000 criminosos" e que 18 outros "armados" ficaram feridos.
As autoridades reconheceram anteriormente a morte de pelo menos 18 agentes, dois dos quais foram encontrados decapitados, de acordo com a versão oficial.
Um contingente de tropas russas e de outros países aliados de Moscovo, congregados na Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC -- Rússia, Bielorrússia, Tajiquistão, Quirguistão, Uzbequistão e Arménia), chegou quinta-feira ao Cazaquistão para apoiar o poder local, protegendo edifícios estratégicos e apoiando a polícia.
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