A subsecretária de Estado adjunta para os Assuntos do Hemisfério Ocidental, Emily Mendrala, disse, em conferência de imprensa, que "o foco (dos EUA) continua a ser o estabelecimento da democracia na Nicarágua. A libertação de presos políticos é muito importante e seria um primeiro passo concreto.
Esta integrante do governo do presidente Joe Biden disse que Ortega que, na segunda-feira tomou posse para um quinto mandato, "não conta com o voto democrático para governar", uma vez que, na opinião dos EUA, as eleições presidenciais de novembro foram um "simulacro eleitoral".
Não obstante, exigiu a Ortega a libertação "imediata e incondicional dos que foram encarcerados injustamente" e avisou que os DUA vão usar "as ferramentas diplomáticas e económicas" ao seu alcance para "apoiar o povo da Nicarágua".
Apesar de não reconhecer legitimidade ao governo de Ortega, a Casa Branca vai manter aberta a embaixada dos EUA em Manágua, porque entende que a sua "presença" no país "é muito importante", justificou Mendrala.
A governante norte-americana argumentou: "Temos uma embaixada em Manágua e o seu funcionamento é muito importante para o intercâmbio que temos com o povo da Nicarágua e pelos serviços que presta, pelo que a vamos manter" aberta.
Ortega começou na segunda-feira o seu quinto mandato, quarto consecutivo e o segundo em que tem a esposa, Rosario Murillo, como vice-presidente.
Este mandato começa sob novas sanções dos EUA e da União Europeia aplicadas a familiares e próximos de Ortega.
Ortega e Murillo foram empossados para um mandato de cinco anos em cerimónia oficial, que contou com a presença dos presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel, da Venezuela, Nicolás Maduro, e das Honduras, Juan Orlando Hernández, e representantes da China, Federação Russa e Irão, entre outros.
Mendrala disse ainda que a aproximação de Ortega à China "precipita a Nicarágua no autoritarismo".
Durante o seu discurso, o ex-guerrilheiro sandinista, de 76 anos, atacou os EUA e a EU, a quem acusou de "colonialistas, criminosos e esclavagistas".
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