O conselheiro para a segurança nacional, Eduardo Año, afirmou num comunicado que o seu departamento está a trabalhar com as forças de segurança e as agências de informação para investigar a ameaça e os responsáveis.
"Envidaremos todos os esforços para defender as nossas instituições e processos democráticos que o Presidente representa", afirmou Año, citado pela agência espanhola EFE.
Segundo o canal filipino ABS-CBN, Duterte anunciou na sexta-feira à noite que tinha contratado um assassino para matar Marcos Jr., a mulher Liza Araneta, e o presidente da Câmara dos Representantes, Martin Romualdez, se ela própria fosse morta.
"Disse-lhe que, se me matassem, ele devia matar o BBM [Marcos], a Liza Araneta e o Martin Romualdez. Não é uma brincadeira", afirmou Duterte, durante uma conferência de imprensa pela Internet.
BBM são as iniciais de Bongbong Marcos, o nome por que muitos filipinos identificam o Presidente, filho do ditador Ferdinand Marcos, que governou o arquipélago do sudeste asiático entre 1965 e 1986.
Na sequência das declarações, a equipa de segurança do Presidente afirmou no sábado que tinha reforçado os protocolos de segurança para proteger o Chefe de Estado e a sua comitiva.
"Qualquer ameaça contra a vida do Presidente e da sua família, independentemente da origem e especialmente se for feita de forma tão flagrante em público, é tratada com a maior seriedade", afirmou o Comando de Segurança Presidencial num comunicado.
Marcos Jr. concorreu com Duterte como candidata para a vice-presidência nas eleições de maio de 2022, e ambos obtiveram vitórias esmagadoras com base numa campanha de unidade nacional.
Devido a divergências, romperam relações este ano e a vice-presidente demitiu-se em junho do cargo de secretária da Educação, abandonando o Governo.
No entanto, continua a ser vice-presidente porque este cargo é eleito separadamente do de Presidente nas Filipinas.
Em outubro, Duterte acusou Marcos Jr. de incompetência e disse que tinha imaginado cortar-lhe a cabeça depois de ter descoberto que a sua relação era tóxica.
Sara Duterte é filha do antigo presidente Rodrigo Duterte (2016-2022), que também teve inicialmente uma boa relação política com Marcos, mas que se desentendeu no final do mandato.
Tal como o pai, a vice-presidente tornou-se uma crítica acérrima de Marcos, da mulher e de Martin Romualdez, aliado e primo em segundo grau do Presidente.
A vice-presidente acusa-os de corrupção, incompetência e perseguição política da família Duterte e dos apoiantes mais próximos.
Rodrigo Duterte é conhecido por explosões de ira que incluem reconhecer ter ele próprio executado criminosos e chamar ao Papa Francisco e ao antigo Presidente dos Estados Unidos Barack Obama "filhos da mãe".
O ex-presidente é alvo de uma investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI) por suspeita de crimes contra a humanidade alegadamente cometidos durante uma campanha antidroga que implicou a execução de milhares de suspeitos de tráfico.
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