O valor a ser doado ronda os 57 milhões de euros.
Preso por outro caso, Martin Shkreli também foi banido para sempre do setor farmacêutico, decidiu a juíza Denise Cote.
Apelidado por algum tempo de "o homem mais odiado dos Estados Unidos", o empresário, de 38 anos, especializou-se em comprar patentes de medicamentos baratos para depois aumentar brutalmente o preço.
O Daraprim, destinado ao tratamento da toxoplasmose, passou de 17,60 dólares (cerca de 15,42 euros) por comprimido para 750 dólares (cerca de 657 de euros) em 2015.
A autoridade dos EUA para a concorrência (FTC, na sigla inglês) e procuradores-gerais de sete estados apresentaram uma queixa em janeiro de 2020 contra o empresário e a empresa que fundou.
Originalmente chamada de Turing Pharmaceuticals e desde então renomeada Vyera, a empresa havia prometido em dezembro não tentar bloquear a concorrência novamente no produto e pagar até 40 milhões de dólares (cerca 35 milhões de euros) a um fundo de compensação para resolver os processos.
O acordo não inclui o seu fundador, que entregou formalmente as rédeas da empresa no final de 2015, tendo o seu julgamento ocorrido durante sete dias em dezembro.
Já condenado em 2018 a sete anos de prisão por fraude na bolsa de valores, Martin Shkreli atualmente cumpre pena numa instituição penal no estado norte-americano da Pensilvânia e, teoricamente, deve ser libertado em novembro deste ano.
O empresário não só aumentou o preço em mais de 4.000%, como também se organizou para evitar ao máximo a chegada de concorrentes ao mercado, indicou a juíza.
A Viera, por um lado, impediu que os fabricantes de medicamentos genéricos tivessem acesso a uma quantidade suficiente de Daraprim para realizar os testes necessários, detalhou Denise Cote. Ao firmar acordos de exclusividade, a empresa também bloqueou o acesso a dois ingredientes essenciais para o fabrico do medicamento.
Martin Shkreli pode ser ainda responsabilizado por esta estratégia, uma vez que, mesmo depois de renunciar aos seus cargos de diretor executivo e depois de presidente do Conselho de Administração, continuou a exercer algum controlo sobre a gestão da empresa como acionista maioritário, inclusive na prisão, sublinhou a juíza.
Leia Também: Capitólio. Líder de grupo de extrema-direita fica em prisão preventiva