"O Presidente IBK [Ibrahim Boubacar Keita] morreu esta manhã às 09:00 [hora local, mesma hora em Lisboa] na sua casa", em Bamaco, disse um familiar à agência francesa de notícias AFP.
A informação foi confirmada por vários membros da família.
Keita - ou 'IBK', como era conhecido - tinha 76 anos e subiu ao poder em 2013 na sequência de eleições nas quais superou mais de duas dezenas de candidatos e recebeu 77% dos votos.
Em agosto de 2020, foi deposto por um golpe militar e anunciou, algumas horas depois, a sua demissão e a de todo o Governo numa declaração transmitida pela televisão nacional.
Keita, que foi, na altura, detido na companhia do primeiro-ministro Boubou Cissé, foi levado para um acampamento militar onde se iniciou um motim e surgiu por volta da meia-noite na televisão pública ORTM, usando máscara.
Na declaração, citada então pela AFP, disse que tinha trabalhado desde a sua eleição, em 2013, para 'dar a volta' ao país e "dar corpo e vida" ao exército maliano, que enfrenta a violência 'jihadista' há anos.
Apresentado como "Presidente cessante", Keita referiu-se depois às "várias manifestações" que exigiram, durante meses, a sua partida, afirmando que "o pior aconteceu".
Os acontecimentos foram, na altura, acompanhados "com grande preocupação" por Portugal, como afirmou então o ministro da Defesa, já que estavam destacados 63 militares da Força Aérea Portuguesa, no âmbito da Missão Multidimensional Integrada para a Estabilização do Mali (Minusma), das Nações Unidas.
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