Irão regressa à Organização de Cooperação Islâmica na Arábia Saudita
A missão diplomática do Irão junto da Organização para a Cooperação Islâmica vai reabrir os escritórios em Jeddah, na Arábia Saudita, seis anos após as relações entre os dois rivais regionais terem sido interrompidas, anunciaram hoje as autoridades iranianas.
© Lusa
Mundo Diplomacia
"A delegação, que está atualmente em Jeddah, começará o trabalho na Organização para a Cooperação Islâmica (OIC, na sigla em inglês), o que pode ser um prelúdio" para a reabertura de uma embaixada, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, Said Khatibzadeh, sem adiantar a data em que os escritórios serão reabertos.
"O foco está no início do trabalho da delegação iraniana em Jeddah. Os nossos diplomatas receberam vistos para avaliar" a situação, indicou ainda o mesmo porta-voz.
Um funcionário da OIC, que pediu anonimato, confirmou à agência noticiosa France-Presse (AFP) a chegada da delegação iraniana à cidade saudita, indicando que os representantes de Teerão deverão participar numa reunião da organização no próximo domingo.
O reino sunita da Arábia Saudita e a República Islâmica do Irão (de maioria xiita) romperam as relações diplomáticas em janeiro de 2016, após a execução, por Riade, de um influente oponente religioso xiita.
No entanto, os dois países, que se acusam mutuamente de desestabilizar a região do Médio Oriente, têm expressado o desejo de ultrapassar as divergências e deram início a negociações nesse sentido nos últimos meses.
A 23 de dezembro, representantes dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros dos dois países confirmaram que três diplomatas iranianos obtiveram vistos para poderem trabalhar na OIC, criada em 1969, que conta com 57 países membros e tem sede em Jeddah, a principal cidade portuária do oeste da Arábia Saudita.
O chefe da diplomacia iraniana elogiou então os esforços de mediação do vizinho Iraque, que contribuiu para melhorar as relações entre Teerão e Riade, que já realizaram quatro rondas negociais em Bagdade apesar das divergências que os opõem em muitas questões, com destaque para a guerra no Iémen, que começou em 2014 e agravou-se com a intervenção das potências regionais.
O Iémen tornou-se palco de uma guerra em finais de 2014 entre os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, e as forças do Presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, que em março de 2015 seria apoiado por uma coligação militar internacional árabe, liderada pela Arábia Saudita.
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