A informação foi dada aos jornalistas pelo diretor-geral dos serviços de registo e notariado, Crisogno da Costa Neto, que confirmou a entrada dos pedidos nos últimos dois dias.
Além de Isabel da Costa Ferreira, mulher do atual chefe do Governo, Taur Matan Ruak, e do comandante demissionário das Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), Lere Anan Timur, o Ministério da Justiça recebeu pedidos de seis outros cidadãos.
"Recebemos três pedidos ontem [terça-feira] e mais quatro hoje", confirmou, citado pela imprensa timorense.
Contactada pela Lusa, Isabel da Costa Ferreira disse que não era ainda o momento oportuno para falar, escusando-se a mais comentários.
O Ministério da Justiça recebeu ainda os pedidos do atual Presidente da República, Francisco Guterres Lú-Olo -- que anunciou a sua candidatura no domingo -, e da atual vice-primeira-ministra, Armanda Berta dos Santos, presidente do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), um dos partidos no Governo e cuja candidatura é anunciada oficialmente na quinta-feira.
Os restantes pedidos incluem Milena Pires, ex-embaixadora junto das Nações Unidas, Constâncio Pinto, ex-embaixador nos Estados Unidos e ex-ministro do Comércio, Indústria e Ambiente, Antero Benedito da Silva, professor universitário e Felisberto da Costa.
Além destes nomes, o leque de candidatos já anunciados é ainda mais amplo, com os anúncios das candidaturas do ex-padre Martinho Gusmão, do atual presidente do Conselho de Imprensa, Virgílio Guterres, e de Ângela Freitas, presidente do Partido Trabalhista, que formaliza a sua candidatura na quinta-feira.
No sábado, o Partido Democrático (PD) reúne-se em Conferência Nacional para decidir qual de dois possíveis candidatos vai apoiar, Mariano Sabino ou Adriano do Nascimento, devendo o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), de Xanana Gusmão, tomar a mesma decisão na Conferência Nacional prevista para domingo.
Entre os possíveis candidatos está ainda o líder do Partido Socialista de Timor (PST), Avelino Coelho.
O extenso leque de candidatos, que têm de reunir 5.000 assinaturas para se poderem candidatar, poderá tornar as eleições de 2022 as mais concorridas de sempre, batendo o recorde de 2012, quando houve 12 candidatos.
A lei define que se podem apresentar apenas timorenses com cidadania originária e com pelo menos 35 anos.
O Tribunal de Recurso, com o apoio do STAE, analisa as candidaturas, verificando a regularidade do processo, autenticidade dos documentos e a elegibilidade dos candidatos, e, depois de eventuais situações sanadas, anuncia a lista final de candidatos.
A primeira volta das eleições presidenciais decorre em 19 de março, com o período de registo de candidaturas a decorrer até 04 de fevereiro e a campanha a realizar-se entre 02 e 16 de março.
Leia Também: Presidente timorense é 'recordista' de candidaturas presidenciais no país