De acordo com a versão oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, tratou-se de um contacto de cortesia durante o qual o ministro turco se informou sobre o estado de saúde de Lapid, que testou positivo à covid-19 em 10 de janeiro.
Este contacto foi analisado pelos 'media' israelitas como uma demonstração da aproximação entre os dois países, cujas relações foram interrompidas na sequência do ataque do exército israelita em 2010 ao navio "Mavi Marmara", integrado na designada "Frota da Liberdade" organizada por ativistas turcos que pretendiam romper o bloqueio à Faixa de Gaza e transportar ajuda humanitária.
No assalto, que decorreu em águas internacionais, foram mortos nove cidadãos turcos.
As relações foram retomadas em 2016, mas os laços entre os dois países têm permanecido tensos, apesar de uma reativação das relações comerciais nos últimos anos.
Reativação essa que acontece quando o Governo turco permanece próximo da Autoridade Nacional Palestiniana, enquanto Israel mantém uma boa relação com Chipre e Grécia, países envolvidos em diversos contenciosos com a Turquia.
A conversa entre os dois ministros ocorreu dois dias após o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ter admitido que está a ser preparada uma visita à Turquia do seu homólogo israelita, Issac Herzog, na primeira em décadas ao mais alto nível.
O Presidente de Israel, apesar de assumir funções protocolares, sem responsabilidades executivas, é uma figura de consenso e representante do seu país no exterior, e a sua viagem poderá impulsionar a relação bilateral com a Turquia, com um possível acordo de venda de gás.
Desde que assumiu o cargo em julho, Herzog manteve três conversas telefónicas com Erdogan.
Na primeira, o líder turco felicitou-o pela sua eleição; a segunda decorreu quando Herzog telefonou a Erdogan para mediar a libertação de um casal israelita detido na Turquia; e a terceira decorreu na semana passada, quando Erdogan telefonou ao israelita para transmitir os pêsames pela morte de Aura, a sua mãe e ex-primeira-dama.
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