EUA e Quénia comprometem-se a pressionar para fim do conflito no Tigray

Os Estados Unidos da América (EUA) e o Quénia comprometeram-se hoje a continuar a exercer pressão para a cessação das hostilidades na guerra que grassa na região do Tigray, norte da Etiópia.

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Lusa
24/01/2022 19:57 ‧ 24/01/2022 por Lusa

Mundo

Etiópia

A posição foi assumida durante a primeira visita do novo enviado especial dos EUA para o Corno de África, David Satterfield, que se encontrou hoje com o Presidente queniano, Uhuru Kenyatta.

"Apreciamos o papel que o Quénia tem continuado a desempenhar na região do Corno de África. Esperamos a vossa ajuda e apoio na Etiópia", disse Satterfield a Kenyatta, de acordo com uma declaração divulgada após a reunião pela Presidência queniana.

Satterfield foi nomeado em 06 de janeiro para substituir Jeffrey Feltman e começou uma viagem na semana passada, que o levou primeiro à Arábia Saudita e depois ao Sudão e Etiópia, acompanhado pela subsecretária de Estado para os Assuntos Africanos, Molly Phee.

No Sudão, Phee e Satterfield exigiram que os militares no poder desde o golpe de 25 de outubro acabassem com a violência contra os manifestantes e restabelecessem o governo civil como condições para retomar a assistência económica ao país.

A delegação de Washington também visitou a Etiópia, mas nenhum detalhe da visita foi tornado público.

"Uma Etiópia forte é importante para nós. Uma Etiópia estável é importante para nós. É por isso que estamos empenhados em fazer tudo o que pudermos para ver o conflito resolvido", disse Kenyatta, cujo país tem importantes acordos a desenvolver com Adis Abeba no setor das infraestruturas e telecomunicações.

O Presidente queniano visitou a Etiópia em novembro passado e encontrou-se com o primeiro-ministro do país, Abiy Ahmed, para pressionar para uma solução para a guerra que tem colocado o governo federal contra os insurgentes na região norte do Tigray desde novembro de 2020.

Apenas alguns dias após essa viagem, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, iniciou a sua primeira viagem a África no Quénia com fortes apelos a uma solução para as crises na Etiópia e no Sudão, que ameaçam a estabilidade da região.

"O conflito na Etiópia é uma ameaça para o Corno de África (...). E essa é uma grande preocupação para os nossos parceiros" na região, disse Blinken, que completou a sua viagem em Nairobi, visitando a Nigéria e o Senegal.

O antecessor de Satterfield, Feltman, visitou a Etiópia várias vezes ao longo do ano passado para promover negociações entre as partes em conflito.

A guerra na Etiópia estalou em 04 de novembro de 2020, quando o governo federal ordenou uma ofensiva contra a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF) - o partido político no poder na região - em retaliação a um ataque a uma base militar federal e na sequência de uma escalada de tensões políticas.

Segundo a ONU, cerca de 5,2 milhões de pessoas necessitam de ajuda humanitária em Tigray e nas regiões vizinhas de Amhara e Afar por causa da guerra.

Milhares de pessoas foram mortas e cerca de dois milhões de pessoas foram forçadas a fugir das suas casas devido à violência.

Leia Também: OMS impede embaixador etíope de discursar contra diretor-geral

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