O governo do Mali anunciou, esta segunda-feira, que pediu à Dinamarca que retirasse as suas tropas no país, por considerar que esforço antiterrorista do país do Norte da Europa foi feito sem o conhecimento dos malianos.
Num comunicado citado pela agência Reuters, o governo do país africano diz notar "com espanto o destacamento no seu território de um contingente de forças especiais dinamarquesas" na força Takuba, a força antiterrorista liderada pela França, sem o seu consentimento e sem respeitar o protocolo.
A posição ríspida do Mali surge depois da União Europeia e organizações africanas terem sancionado o Mali por não realizar eleições livres, depois de dois golpes militares seguidos - o primeiro em agosto de 2020 e o segundo em maio de 2021.
Além disso, os países que apoiam os esforços antiterroristas do Mali denunciam a contratação de tropas privadas da empresa russa Wagner, que tem operado em vários países africanos para assegurar interesses privados - o mesmo grupo russo que tem lutado pela manutenção de explorações de gás natural em Cabo Delgado, em Moçambique.
O grupo Wagner também é suspeito de servir os interesses russos no continente africano, ao operar em países como o Congo, Angola, Zimbabué, entre outros, "oferecendo" serviços de segurança em explorações de matérias-primas.
Segundo um comunicado do ministério da defesa da Dinamarca, foram destacados 90 operacionais, incluindo cirurgiões e forças especiais, que deveriam permanecer até ao início do próximo ano.
Leia Também: ONU investiga massacre de dezenas pelo exército e mercenários russos