A juíza distrital, Dabney Friedrich, considerou "profundamente perturbador" que Brandon Straka, de 45 anos, tenha usado a sua influência nas redes sociais para incentivar e defender o ataque ao Congresso norte-americano, ocorrido em 06 de janeiro de 2021.
"Contestações eleitorais são tratadas em tribunal, não se resolvem invadindo o Capitólio", afirmou.
Brandon Straka foi ainda condenado a três anos de liberdade condicional e a pagar uma multa de 5.000 dólares (cerca de 4.400 euros).
Segundo a acusação, o 'influencer', que tem cerca de 500.000 seguidores na rede social Twitter, usou o seu "perfil público significativo" para encorajar outros a invadir o Capitólio, utilizou um escudo policial e "continuou a defender a invasão" mesmo depois de ter deixado o Capitólio.
Apesar de não se ter envolvido em violência ou destruição de propriedade durante a invasão, o 'influencer' encorajou e celebrou o ataque, pode ler-se na acusação.
Straka, ex-cabeleireiro, é o fundador da campanha '#WalkAway' e tornou-se viral após publicar um vídeo em 2018, intitulado 'Por que deixei o Partido Democrata', com quase 900.000 visualizações no YouTube.
É ainda responsável por uma organização sem fins lucrativos, a Fundação #WalkAway, que em 2019 arrecadou mais de 600.000 dólares (cerca de 530.000 dólares).
Em tribunal, o 'influencer' referiu que nem ele, nem os seus seguidores toleram a violência.
"Não é quem eles são, e não é quem eu sou, e é por isso que eles amam o nosso movimento. O meu relacionamento com os meus fãs e seguidores não é apenas sobre política. É sobre amor", apontou.
Mais de 720 pessoas foram acusadas de crimes federais relacionados com a invasão ao Capitólio, quando apoiantes do ex-presidente Donald Trump tentaram impedir a confirmação da vitória eleitoral do atual presidente, o democrata Joe Biden.
A defesa de Brandon Straka acusou os procuradores de atacarem o discurso político deste, constitucionalmente protegido, e de tentarem "fazer um exemplo público" de um 'influencer' apoiante de Trump.
A juíza Dabney Friedrich garantiu que Straka não foi processado pelas suas opiniões políticas ou crenças pessoais.
Leia Também: Comissão que investiga ataque ao Capitólio intima (mais) aliados de Trump