França manda fechar órgão antifascista e site islâmico

Nos últimos dois anos, foram encerrados 12 sites pelo governo - sete deles publicavam conteúdos muçulmanos, incluindo entidades que geriam mesquitas, uma organização humanitária e ainda grupos que alertavam para a islamofobia.

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© Stephane de Sakutin/Pool via REUTERS

Notícias ao Minuto
26/01/2022 23:56 ‧ 26/01/2022 por Notícias ao Minuto

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França

O governo francês anunciou esta semana que iria fechar dois sites de notícias, um antifascista e outro islâmico, alegando estar a defender a segurança e os "valores nacionais" do país.

A medida surge depois de, em 2021, o governo ter aprovado uma lei que permite ao Estado monitorizar e fechar sites que atentem contra aquilo que define ser os "valores nacionais", depois da morte do professor Samuel Paty e de outros ataques extremistas islâmicos que ocorreram no país.

Mas, segundo a Reuters, a medida tem sido contestada por grupos de direitos humanos e organizações não-governamentais, que consideram que o governo tem atacado quaisquer sites e meios muçulmanos que não sejam aprovados pelo Estado.

Esta semana, o ministro do Interior, Gerald Darmanin, disse que ia fechar o site "Nantes Révoltée", uma plataforma sediada em Nantes e criada depois do ataque de 2012 que promove notícias mas também promoveu uma manifestação violenta contra a extrema-direita naquela cidade.

Outro site atacado pelo ministério é o "La Voie Droite", que publica conteúdo islâmico.

Nenhum dos sites cessou ainda a sua atividade e afirmam não ter recebido ainda essa ordem por parte do governo.

Segundo a Reuters, entre 2016 e 2019 foram encerrados sete sites. Nos últimos dois anos, foram fechados 12 sites pelo governo - sete deles publicavam conteúdos muçulmanos, incluindo entidades que serviam para gerir mesquitas, uma organização humanitária e ainda grupos que alertavam para a islamofobia.

O advogado do Nantes Revoltée disse à Reuters que  o site apenas divulgou informações sobre um evento, e proclamar o fim do Estado e de grupos de extrema-direita não torna o grupo responsável pela violência no protesto.

Sobre o La Voie Droite, Darmanin disse no domingo que o site promovia "conteúdo que incitava ao ódio"; o site, por outro lado, comunicou que "encoraja os muçulmanos a respeitar os textos", mas opõe-se "a qualquer tipo de ameaça ou legitimação de violência".

Leia Também: França anuncia encerramento de mesquita por discurso antissemita

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