O ataque do EI e os confrontos subsequentes em torno da prisão na cidade de Hassaké deixaram mais de 200 mortos. Este é o maior ataque 'jihadista' na Síria em três anos.
As FDS - dominadas pelos curdos, que lideram a luta contra o EI na Síria - disseram que recuperaram o controlo total da prisão localizada no distrito de Ghwayran na quarta-feira, encerrando seis dias de combates.
A Administração Autónoma Curda controla grandes áreas do norte e nordeste da Síria.
Hoje, os combatentes das FDS, apoiados pela coligação liderada pelos Estados Unidos de combate ao terrorismo, "vasculharam as celas e bairros em redor da prisão em busca de 'jihadistas'", de acordo com o OSDH.
"Aviões da coligação atacaram combatentes do EI entrincheirados em áreas em redor da prisão durante a noite, matando pelo menos sete", adiantou.
Cerca de 151 jihadistas, 53 combatentes curdos e sete civis morreram em Hassaké desde o início do ataque à prisão em 20 de janeiro, segundo a mesma fonte.
A prisão abrigava pelo menos 3.500 'jihadistas' quando o EI lançou um ataque com camiões armadilhados com explosivos e armas pesadas.
Os prisioneiros amotinaram-se contra os guardas e apoderaram-se de um arsenal de armas para participar nos motins ao lado de combatentes do EI que conseguiram infiltrar-se na prisão.
"A tomada da prisão pelas forças lideradas pelos curdos encerra esta provação mortal, mas a crise mais ampla envolvendo esses prisioneiros está longe de terminar", alertou na quarta-feira a Human Rights Watch (HRW).
Os presos que se renderam foram transferidos para instalações mais seguras, de acordo com as FDS.
Os curdos há anos que pedem, em vão, o repatriamento de cerca de 12.000 'jihadistas' de mais de 50 nacionalidades -- europeus e outros -- detidos nas suas prisões.
Desencadeada em março de 2011 pela repressão às manifestações pró-democracia, a guerra na Síria tornou-se mais complexa ao longo dos anos com o envolvimento de potências regionais e internacionais e a ascensão dos 'jihadistas', tendo causado cerca de meio milhão de mortos.
Apesar de derrotado em 2019, o EI ainda consegue realizar ataques mortíferos através de "células adormecidas".
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