Forças curdas procuram 'jihadistas' após ataque a prisão na Síria

As Forças Democráticas da Síria (FDS) revistaram hoje a área em redor de uma prisão, no nordeste, após a terem recuperado na quarta-feira aos 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

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Lusa
27/01/2022 10:52 ‧ 27/01/2022 por Lusa

Mundo

Síria

O ataque do EI e os confrontos subsequentes em torno da prisão na cidade de Hassaké deixaram mais de 200 mortos. Este é o maior ataque 'jihadista' na Síria em três anos.

As FDS - dominadas pelos curdos, que lideram a luta contra o EI na Síria - disseram que recuperaram o controlo total da prisão localizada no distrito de Ghwayran na quarta-feira, encerrando seis dias de combates.

A Administração Autónoma Curda controla grandes áreas do norte e nordeste da Síria.

Hoje, os combatentes das FDS, apoiados pela coligação liderada pelos Estados Unidos de combate ao terrorismo, "vasculharam as celas e bairros em redor da prisão em busca de 'jihadistas'", de acordo com o OSDH.

"Aviões da coligação atacaram combatentes do EI entrincheirados em áreas em redor da prisão durante a noite, matando pelo menos sete", adiantou.

Cerca de 151 jihadistas, 53 combatentes curdos e sete civis morreram em Hassaké desde o início do ataque à prisão em 20 de janeiro, segundo a mesma fonte.

A prisão abrigava pelo menos 3.500 'jihadistas' quando o EI lançou um ataque com camiões armadilhados com explosivos e armas pesadas.

Os prisioneiros amotinaram-se contra os guardas e apoderaram-se de um arsenal de armas para participar nos motins ao lado de combatentes do EI que conseguiram infiltrar-se na prisão.

"A tomada da prisão pelas forças lideradas pelos curdos encerra esta provação mortal, mas a crise mais ampla envolvendo esses prisioneiros está longe de terminar", alertou na quarta-feira a Human Rights Watch (HRW).

Os presos que se renderam foram transferidos para instalações mais seguras, de acordo com as FDS.

Os curdos há anos que pedem, em vão, o repatriamento de cerca de 12.000 'jihadistas' de mais de 50 nacionalidades -- europeus e outros -- detidos nas suas prisões.

Desencadeada em março de 2011 pela repressão às manifestações pró-democracia, a guerra na Síria tornou-se mais complexa ao longo dos anos com o envolvimento de potências regionais e internacionais e a ascensão dos 'jihadistas', tendo causado cerca de meio milhão de mortos.

Apesar de derrotado em 2019, o EI ainda consegue realizar ataques mortíferos através de "células adormecidas".

Leia Também: Forças curdo-sírias recuperam controlo de prisão após seis dias de motins

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