"Todos os que chegarem a Hong Kong serão submetidos a uma quarentena obrigatória de 14 dias em hotéis designados", anunciou a chefe do executivo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, em conferência de imprensa.
Esta é uma decisão "puramente baseada na ciência", tendo em conta o período de incubação mais curto da variante Ómicron do novo coronavírus, sublinhou a representante.
No final da quarentena, os viajantes deverão observar um período de "autogestão" durante sete dias, acrescentou.
Tal como a China, o território semiautónomo chinês segue uma estratégia de "zero casos covid-19", que permitiu reduzir os contágios, mas quase isolou o centro financeiro internacional do resto do mundo durante dois anos.
Macau, que registou 79 casos desde o início da pandemia, obriga os residentes regressados de zonas de alto risco a cumprir uma quarentena de pelo menos 21 dias em hotel.
As autoridades de saúde de Macau indicaram, também na conferência de imprensa semanal sobre a situação epidémica, que não estão disponíveis para baixar os dias de quarentena, admitindo, no entanto, que o prazo de incubação da variante Ómicron é mais curto.
Ainda assim, as autoridades lembraram um caso registado na China, com um período de incubação de dez dias.
Por outro lado, a variante Delta ainda tem intensidade um pouco por todo o mundo e por essa razão mantêm os 21 dias de quarentena, seguidos de sete de autogestão de saúde em casa, frisaram.
Desde o aparecimento da variante Ómicron, mais contagiosa, Hong Kong reforçou as restrições às viagens, ao limitar a entrada nas fronteiras aos residentes que chegam de oito países e ao proibir passageiros de 153 países de passar, em trânsito, por esta região administrativa especial chinesa.
Estas medidas vão continuar em vigor.
As medidas de distanciamento social observadas no território, como o encerramento de restaurantes às 18:00, vão ser prolongadas mais duas semanas, enquanto as escolas vão continuar fechadas.
O longo período de quarentena foi criticado pelos meios empresariais, devido aos elevados custos para as empresas, que veem esta política como dissuasora da chegada de novos talentos a Hong Kong.
Carrie Lam alertou que podem "existir muitas cadeias de transmissão invisíveis na comunidade", o que representa a possibilidade de um grande surto.
"Estamos a procurar eliminar rapidamente estas ligações. Por isso, recorremos a medidas rápidas e mais severas", afirmou Lam.
Hoje o número de casos confirmados da doença covid-19 em Hong Kong atingiu os 164, o número diário mais elevado desde o início da pandemia em janeiro de 2020.
A covid-19 provocou 5.614.118 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A nova variante Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal.
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