Alexis Tsipras, presidente do Syriza, disse hoje no parlamento que "a tempestade enterrou sob a neve a última esperança de que Mitsotakis tivesse capacidade de aprender com os seus erros".
A Nova Democracia, do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, tem 157 deputados em 300 no parlamento grego, contando, portanto, com uma maioria que rejeitará, muito provavelmente, a moção de censura apresentada pelo Syriza.
A votação deverá realizar-se no domingo, após três dias de debates parlamentares.
O Governo helénico está debaixo de fogo pela falta de respostas para resolver os problemas causados pela tempestade de neve, que nos últimos dias tornou impossível a circulação em Atenas e sobretudo na circular externa à capital grega, onde 3.500 automobilistas ficaram retidos devido à neve na noite de segunda para terça-feira.
A vida em Atenas começou a voltar ao normal apenas hoje, três dias depois da tempestade de neve que a paralisou.
Mitsotakis reconheceu quarta-feira que a gestão da situação "não foi bem-sucedida" e prometeu apurar as responsabilidades da empresa privada que gere a autoestrada que ficou intransitável.
Além dos problemas de circulação, mais de 200.000 casas sofreram cortes de energia na segunda-feira e muitas permanecem sem eletricidade.
Para o líder do Syriza, o Governo de Mitsotakis tem vindo a acumular falhas em cada uma das situações de emergência dos últimos anos, tanto na pandemia de covid-19, como nos incêndios devastadores do verão passado na ilha grega de Eubeia, como agora com a tempestade de neve.
"É meu dever dizer ao povo grego e ao parlamento que este Governo deve sair o mais rápido possível. Faremos o que pudermos no parlamento e nas lutas sociais, porque em democracia não há becos sem saída", disse Tsipras.
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