Chineses de Macau divididos entre reunião familiar e receio da Covid-19

Com o Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas a aproximar-se, muitos residentes de Macau estão divididos entre a vontade de visitar a China e o receio causado pelos recentes surtos de covid-19.

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Lusa
31/01/2022 07:47 ‧ 31/01/2022 por Lusa

Mundo

Ano Novo Lunar

O Ano Novo Lunar, equivalente ao Natal nos países ocidentais, é, tradicionalmente, a maior migração interna do planeta. Este ano é dedicado ao Tigre e assinala-se a partir de 01 de fevereiro.

A esmagadora maioria da população de Macau tem familiares na China, sendo que, de acordo com dados oficiais, quase 44% nasceram mesmo do outro lado da fronteira.

É o caso de Blair Ye, que ainda era uma adolescente quando a família se mudou para Macau. A investigadora universitária disse à Lusa que vai de certeza regressar à terra natal, na vizinha província de Guangdong, para celebrar o Ano Novo Lunar.

Este mês foram várias as cidades em Guangdong a registar surtos de covid-19. Zhuhai, adjacente a Macau, esteve em alerta após ter sido a segunda cidade da China a detetar a variante altamente contagiosa Ómicron do novo coronavírus, com 14 casos identificados em quatro dias.

Algo que não assusta Blair Ye: "quando regressar à nossa terra natal, desde que siga as medidas antipandemia do governo, de certeza que vai correr tudo bem".

Pequim pediu à população, pelo terceiro ano consecutivo, para evitar "deslocações desnecessárias" durante o período do Ano Novo Lunar.

Um conselho que Tina Si vai seguir. A professora nascida em Macau disse à Lusa que este Ano Novo Lunar não vai visitar os familiares na China devido ao risco de ser afetada por eventuais surtos de covid-19.

A China pratica, desde o início da pandemia, uma política de 'zero casos covid', que implica a aplicação imediata de medidas de confinamento, testes em massa e restrições nas deslocações quando um surto é detetado.

Macau tem imposto também restrições ao movimento e testes obrigatórios a pessoas que estiveram em zonas da China onde foram registados casos de covid-19.

Christina Pui também vai ficar em Macau durante o Ano Novo Lunar, mas para a jovem a decisão é mais fácil.

"Tenho familiares em Foshan [cidade na província de Guangdong], mas raramente os vejo. Prefiro ficar cá para aproveitar o fogo de artifício", disse à Lusa com um sorriso.

O espetáculo de fogo de artifício do Ano Novo Lunar de Macau, que foi cancelado tanto em 2020 como em 2021, vai acontecer nas noites de 03, 07 e 15 de fevereiro, esta última a coincidir com o tradicional Festival das Lanternas.

Christina disse que prefere esperar até março para viajar para Chengdu, capital da província de Sichuan no sudoeste da China, conhecida pela comida picante. "Não posso ficar demasiado tempo em Macau, começa-me a faltar o ar", admitiu.

Macau foi dos primeiros territórios a ser atingido pela pandemia, mas contabilizou apenas 79 casos, sem registar qualquer morte.

A cidade impõe quarentena obrigatória num quarto de hotel, que pode chegar a 35 dias, a todas as pessoas que chegam de fora da China e não permite a entrada a quem teve covid-19 nos dois meses anteriores.

Leia Também: Comerciantes de Macau com baixas expectativas para Ano Novo Lunar

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