O MEA, em nota de imprensa enviada hoje à Lusa, recorda que a greve dos docentes "já se alastra há semanas" e até ao momento "não houve consenso" entre os grevistas, afetos ao Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (Sinpes) e o Governo angolano.
"Estando em período de provas da 2.ª frequência e exames do 1.º trimestre e que até ao momento tudo se encontra paralisado", lê-se na nota.
Segundo o movimento estudantil angolano, a manifestação a favor do regresso das aulas nas instituições públicas do ensino superior em Angola surge "em defesa dos estudantes que continuam penalizados".
Estudantes universitários, pais e encarregados de educação, pessoas singulares e coletivas solidárias com os estudantes e demais interessados "estão convidados" a participar desta manifestação que deve percorrer a avenida Deolinda Rodrigues até ao largo 1º de Maio, em Luanda.
Os docentes entram hoje para a quinta semana de greve, "por tempo indeterminado", e exigem aumento salarial e melhores condições laborais, e pedem intervenção do Presidente angolano.
Segundo o secretário-geral do Sinpes, Eduardo Peres Alberto, a paralisação teve início em 03 de janeiro de 2022, e surge devido ao "incumprimento do memorando" de entendimento assinado em novembro de 2021 com a tutela, defendendo resolução urgente da situação.
"O Sinpes lamenta a falta de respostas concretas para se ultrapassar a greve dos docentes, mas toda a culpa e risco que o ano académico ocorre é da inteira responsabilidade do Ministério do Ensino Superior e do Governo", afirmou hoje o sindicalista à Lusa.
Uma "fracassada" ronda negocial foi realizada na passada semana, na sede do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI), em Luanda, "mas a ministra do setor não tinha qualquer contraposta salarial para os docentes".
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