O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, reagiu esta segunda-feira aos protestos levados a cabo durante o fim de semana na capital, Ottawa, contra as vacinas, utilização de máscaras e confinamentos. Milhares de manifestantes tiveram “comportamentos obscenos e insultuosos” ao urinar no Memorial Nacional de Guerra, dançar no Túmulo do Soldado Desconhecido e exibir bandeiras nazis.
“A liberdade de expressão, reunião e associação são pilares da democracia, mas o simbolismo nazi, as imagens racistas e a profanação do memorial de guerra não o são”, afirmou num discurso dirigido à população. “São um insulto à memória e à verdade. O ódio nunca pode ser a resposta”.
“Nos últimos dias, os canadianos ficaram chocados e, honestamente, enojados com o comportamento de algumas pessoas a protestar na capital da nossa nação”, acrescentou.
Trudeau, que no sábado teve de ser retirado da sua residência oficial devido aos protestos, sublinhou que o país não está “intimidado”.
“Quero ser muito claro. Não estamos intimidados por aqueles que insultam, maltratam trabalhadores de pequenas empresas e roubam comida a pessoas sem abrigo. Não vamos ceder àqueles que hasteiam bandeiras racistas. Não cederemos àqueles que praticam vandalismo ou desonram a memória dos nossos veteranos”, frisou.
Os protestos começaram com camionistas contra a vacinação obrigatória no país, aos quais milhares de pessoas se juntaram. No discurso, Trudeau frisou que cerca de 90% dos camionistas do Canadá estão vacinados e agradeceu àqueles que “se impuseram” para continuar a ajudar o país nos últimos dois anos. “Contámos convosco e podem contar conosco para continuar do vosso lado e permitirmos que façam o vosso trabalho em segurança”, afirmou.
No domingo, a polícia local anunciou que estão a ser investigadas possíveis acusações criminais depois das manifestações antivacinas. “Estão a decorrer várias investigações criminais em relação à profanação da estátua do Memorial Nacional de Guerra/Terry Fox”, disse a polícia de Ottawa.
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