Ministro da Defesa Nacional condena tentativa de golpe de Estado
O ministro da Defesa Nacional português condenou hoje a tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau, apelando a que "qualquer sublevação militar termine de imediato", e disse que o Governo segue a situação com "profunda preocupação".
© Lusa
Mundo Guiné-Bissau
"Condenamos qualquer tentativa de golpe de Estado que possa haver, qualquer tentativa de utilização da força militar contra o poder político legítimo -- condenamos, sem qualquer reserva", afirmou hoje João Gomes Cravinho.
O governante, que falava aos jornalistas depois de ter participado no ciclo de debates "Que Estratégia para Portugal", promovido pela Universidade Lusófona do Porto, apelou a que "qualquer sublevação militar termine de imediato e que as forças militares regressem aos seus quartéis".
Questionado sobre o papel que Portugal pode ter numa potencial subida de tensão na Guiné-Bissau, Gomes Cravinho recordou que os dois países não têm "nenhum tratado de defesa mútua", mas que o Governo segue a situação "com profunda preocupação e com um sentimento de fraternidade em relação à Guiné-Bissau".
"Tudo aquilo que se passa naquele país é algo que interessa a Portugal. Estaremos obviamente muito atentos aos desenvolvimentos nas últimas horas", afirmou.
Vários tiros foram ouvidos hoje perto da hora de almoço junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
Entretanto, segundo fonte governamental, militares entraram cerca das 17:20 no palácio do Governo e ordenaram a saída dos governantes que estavam no edifício.
As relações entre o chefe de Estado e do executivo têm sido marcadas por um clima de tensão, agravada nos últimos meses de 2021 por causa de um avião Airbus A340, que o Governo mandou reter no aeroporto de Bissau, onde aterrou vindo da Gâmbia, com autorização presidencial, e pela recente remodelação governamental.
A tentativa de golpe de Estado já foi condenada pela União Africana, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)m através da presidência angolana, pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, por Portugal e por São Tomé e Príncipe.
O Presidente guineense já agradeceu às forças de defesa e segurança terem conseguido frustrar esta tentativa de golpe de Estado, considerando que constituiu um "atentado à democracia".
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