O ataque aconteceu a 01 de outubro de 2016. Teve lugar perto de um hospital de campanha fora da cidade de Kafar Zita, no noroeste da Síria, na província de Hama, e causou dificuldades respiratórias a cerca de 20 pessoas, lê-se no documento da OPCW.
Segundo a organização, as testemunhas viram pelo menos um objeto cair de um helicóptero a sobrevoar o local, e os investigadores da OPCW conseguiram obter uma lata de cloro industrial encontrada no local.
Com base em provas digitais e entrevistas a testemunhas, os investigadores da OPCW são capazes de "ligar positivamente" esta lata ao ataque de outubro de 2016.
"A investigação concluiu que existem motivos razoáveis para acreditar que este cilindro de cloro industrial foi utilizado como arma", escreveu a OPCW numa declaração, destacando o trabalho da sua missão de investigação aos ataques químicos na Síria.
Segundo a OPCW, sediada em Haia, testemunhas disseram ter visto um helicóptero descolar do aeroporto de Hama, que é controlado por forças leais, pouco antes do ataque, que tinha como alvo uma zona agrícola onde vários grupos rebeldes se tinham refugiado em cavernas.
"Pouco depois, o helicóptero largou dois barris, segundo várias testemunhas, enquanto outros disseram ter visto apenas um barril", disse o relatório do vencedor do Prémio Nobel da Paz de 2013.
Como resultado do ataque, "cerca de 20 pessoas sofreram asfixia e dificuldades respiratórias", refere o relatório, acrescentando que o cilindro tinha libertado "uma substância tóxica irritante".
No conflito que assola a Síria desde 2011, tanto os rebeldes como as forças leais foram acusados de cometerem ataques químicos, mas a maioria das acusações são contra as tropas leais ao Presidente Bashar al-Assad.
O governo de Damasco sempre negou o uso de armas químicas e alegou ter entregado todos os seus stocks sob supervisão internacional, após um acordo de 2013 com a OPCW.
Mas a OPCW instou a Síria a ser mais transparente numa reunião em novembro de 2021, criticando-a por não ter declarado o seu arsenal de armas químicas e por não acolher os seus investigadores no seu solo.
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