Gaza denuncia cerco de Israel aos três hospitais do norte da região

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza denunciou hoje um cerco do exército israelita a três hospitais que estão a funcionar parcialmente na região Norte, cercada há 80 dias, acusando-o de tentar colocar as estruturas fora de serviço.

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© Belal Khaled/Anadolu via Getty Images

Lusa
24/12/2024 12:16 ‧ há 13 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"As forças de ocupação israelitas estão a obrigar os feridos e os doentes a evacuar o Hospital Indonésio no norte de Gaza", referiu, num comunicado citado pela agência EFE. O hospital indonésio, juntamente com o Kamal Adwan em Beit Lahia e o Al Awda em Jabalia, é uma das instalações que têm estado sob ataques israelitas e ordens de evacuação desde 06 de outubro.

 

Os doentes foram obrigados de deixar o hospital a pé para a cidade de Gaza, também no norte do enclave, mas fora da zona sitiada, segundo a agência noticiosa palestiniana Wafa.

"Até agora, continuamos a ser atacados", disse à EFE Mohammed Salha, diretor interino do Al Awda.

Neste momento, 65 funcionários, 31 pacientes e três bebés (Al Awda é sobretudo uma maternidade) estão a abrigar-se dos ataques no interior do centro.

Salha disse que um tanque israelita continua a visar o Al Awda, tendo bombardeado o terceiro andar do centro esta manhã. Ao mesmo tempo, um atirador israelita está a apontar para o edifício, indicou.

Entretanto, o diretor do Kamal Adwan, Hussam Abu Safiya, divulgou um comunicado a partir do hospital, na terça-feira, apelando ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para que pare a agressão contra a unidade, que se intensificou nos últimos três dias.

"Peço-lhe que nos proteja e proteja o sistema de saúde", implorou Abu Safiya no vídeo, "sei que é uma pessoa que ama a democracia e é um homem justo".

Cerca de 91 pacientes permanecem neste hospital abrigados numa fila de macas nos seus corredores, enquanto as imediações do edifício têm sido um dos principais alvos dos ataques israelitas nos últimos dias.

Trump tomará posse a 20 de janeiro e está a suscitar preocupações sobre os efeitos que o seu regresso ao cargo terá em Gaza. Em todo o caso, tanto os responsáveis israelitas como os palestinianos veem o seu regresso à Casa Branca como um potencial ponto de viragem no conflito.

Israel iniciou uma campanha de bombardeamento contra as cidades nortenhas de Beit Lahia, Jabalia e Beit Hanoun a 05 de outubro, que se transformou numa invasão terrestre e num cerco militar total no dia seguinte.

A ONU calcula que entre 10.000 e 15.000 pessoas permanecem na zona sitiada, que antes da guerra tinha mais de 440.000 habitantes. Atualmente, a maior parte da população foi deslocada à força, em grande parte devido a este último cerco.

Leia Também: Israel prolonga por um ano estado de emergência

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