O porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, indicou que "não existem" restrições contra al-Assad, a quem a Rússia deu asilo após a queda do regime às mãos de grupos rebeldes e 'jihadistas' liderados pela Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham - HTS, em árabe).
Vários meios de comunicação tinham avançado que a mulher de al-Assad, Asma, pediu-lhe o divórcio e quis sair da Rússia, uma vez que as propriedades do seu marido estão atualmente congeladas.
Na quinta-feira, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, garantiu que ainda não se reuniu com al-Assad e admitiu que a atual situação na Síria "não é fácil".
No entanto, confirmou que o seu Governo mantém contactos com os grupos que estão agora no comando.
Putin confirmou ainda que as autoridades russas ajudaram a retirar "4.000 combatentes iranianos" da Síria já que eram aliados de Bashar al-Assad e se tinham, por isso, tornado alvos das novas autoridades 'de facto'.
Segundo o Presidente russo, os combatentes iranianos foram levados a partir da base russa da província de Latakia.
Numa ofensiva relâmpago iniciada a 27 de novembro, a HTS, herdeira da antiga afiliada síria da Al-Qaida e classificada como grupo terrorista por países como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e ainda a União Europeia, tomou as posições das tropas governamentais sírias e, em poucos dias, apoderou-se de Alepo, a segunda maior cidade do país e, em grande parte, controlada pelo regime.
Bashar al-Assad, que esteve no poder 24 anos, foi derrubado no dia 08 de dezembro e fugiu com a família para a Rússia.
O novo poder instalado em Damasco nomeou o político Mohammed al-Bashir como primeiro-ministro interino do governo sírio de transição, cargo que assumirá até março de 2025.
Leia Também: Rússia retirou parte do pessoal diplomático de Damasco