Dois ex-primeiros-ministros fazem parte da nova composição do governo de França. Uma lista, com mais de 30 nomes, foi anunciada pelo secretário-geral do Palácio do Eliseu durante a tarde desta segunda-feira.
O ex-primeiro-ministro, Manuel Valls, e a ex-primeira-ministra Elisabeth Borne fazem parte da nova constituição do governo francês. O primeiro será o ministro responsável dos Territórios Ultramarinos. Já Borne vai assumir a pasta da Educação.
Borne demitiu-se em janeiro deste ano, menos de dois anos depois de assumir a chefia do governo, num período de grande desgaste e quando se tornaram mais duras as leis da imigração.
Valls foi primeiro-ministro sob a presidência do socialista François Hollande, entre 2014 e 2016.
Gérald Darmain, antigo ministro Administração Interna, será o novo ministro da Justiça. Já Bruno Reailleu, dos republicanos, assumirá a pasta da Administração Interna.
A pasta da Economia vai ser entregue a Eric Lombard, até agora diretor da instituição financeira estatal francesa Caixa de Depósitos e Consignações. Maria Barsac irá assumir o gabinete do Desporto.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, e o ministro das Forças Armadas, Sébastien Lecornu, foram reconduzidos nos respetivos cargos, assim como Rachida Dati, na Cultura, e Annie Genevard, na Agricultura.
A pasta da Igualdade e Combate à discriminação será da responsabilidade de Aurore Bergé, enquanto o ministério do Ordenamento do Território e da Descentralização ficará entregue ao ex-ministro socialista, François Rebsamen.
Laurent Marcangeli foi o nome escolhido para o ministério da Ação Pública, da Função Pública e Simplificação. A ministra da Transição, Biodiversidade, Florestas, Mar e Pesca será Agnès Pannier-Runacher e Catherine Vautrin terá nas suas mãos o ministério do Trabalho, Saúde, da Solidariedade e Famílias.
Junto do primeiro-ministro francês estarão Patrick Mignola - ministro-adjunto responsável pelas relações com o parlamento -, Aurore Bergé - ministro-adjunto para a Igualdade entre Mulheres e Homens e pela Luta contra as Discriminações-, e, por fim, Sophie Primas, ministra-adjunta e que será a porta-voz do governo.
Philippe Baptiste vai assumir a pasta do Ensino Superior e investigação e François Noël Buffet será ministro-adjunto da Administração Interna.
Já no gabinete do ministério do Trabalho, Saúde, Solidariedade e Famílias estarão também: Astrid Panosyan-Bouvet que será ministra do Trabalho e do Empreso; Yannick Neuder, ministro da Saúde e do Acesso a Cuidados e Charlotte Parmentier-Lecocq, ministra-adjunta para a Autonia e Deficiência.
No ministério das Finanças, Amélie de Montchalin será a ministra responsável pelas Contas Públicas e Marc Ferraci, o ministro da Indústria e Energia. Véronique Louwagie vai ser a ministra-adjunta para o Comércio, assim como Clara Chappaz assumirá o cargo de ministra-adjunta de Inteligência Artificial e Digital. A ministra-adjunta para o Turismo vai ser Nathalie Delattre.
O ministro do Ordenamento do Território contará com a ajuda de Valérie Létard como ministra da Habitação e Philippe Tabarot, ministro dos Transportes. O nome escolhido para ministra-adjunta para a Ruralidade foi Françoise Gattel e Juliette Méadel será ministra-adjunta responsável pela Cidade.
Por fim, o Ministério dos Negócios Estrangeiros vai ser composto pelo ministro-adjunto para a Europa, Benjamin Haddad, pelo ministro-adjunto do Comércio Exterior e dos Franceses no Estrangeiro, Laurent Saint-Martin, e pelo ministro-adjunto responsável pela Francofonia e Parcerias Internacionais, Thani Mohamed Soilihi.
Recorde-se que o novo chefe do governo francês foi nomeado a 13 de dezembro por Emanuelle Macron, depois de a oposição de esquerda e de extrema-direita ter feito cair o executivo de Michel Barnier, através de uma moção de censura.
Cumprindo a promessa de fazer as nomeações antes do Natal, o primeiro-ministro deu a conhecer o seu executivo, que terá de governar num cenário político fragmentado, depois das eleições legislativas antecipadas que resultaram da decisão inesperada do Presidente, Emmanuel Macron, de dissolver a Assembleia Nacional, em junho.
O hemiciclo está dividido em três blocos: esquerda, macronistas/direita e a extrema-direita.
Bayrou é o sexto chefe de governo desde que Macron foi eleito pela primeira vez em 2017 e o quarto em 2024, numa instabilidade que não se via em França há décadas.
[Notícia atualizada às 19h04]
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