Podemos rejeita resultados proclamados em Moçambique e promete ações

O presidente do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), que apoia a candidatura de Venâncio Mondlane, rejeitou hoje os resultados eleitorais proclamados pelo Conselho Constitucional, prometendo ações "políticas, diplomáticas e judiciais" contra "infratores".

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Lusa
24/12/2024 15:29 ‧ há 13 horas por Lusa

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Moçambique

"O partido Podemos não reconhece e nem aceita em absoluto os resultados eleitorais proclamados pelo CC. Consideramos como razão de fundo para a não aceitação dos mesmos a falta de transparência, a integridade, profissionalismo, responsabilidade dos órgãos de gestão eleitoral e, em última instância, o CC", declarou o presidente do Podemos, Albino Forquilha.

 

O CC proclamou segunda-feira Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frelimo, como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi.

"Proclama eleito Presidente da República de Moçambique o cidadão Daniel Francisco Chapo", anunciou a presidente do Conselho Constitucional, Lúcia Ribeiro, ao fim de uma hora e meia de leitura do acórdão de proclamação, em que reconheceu irregularidades no processo eleitoral, mas que "não influenciaram" o resultado final.

De acordo com os resultados, Venâncio Mondlane registou 24,19% dos votos, Ossufo Momade 6,62% e Lutero Simango 4,02%.

Em conferência de imprensa em Maputo face aos resultados proclamados pelo CC, Albino Forquilha acusou aquele órgão de negar as decisões e vontades dos moçambicanos depositadas nas urnas.

"O Podemos vai continuar a sua luta ao lado do povo oprimido, discriminado, perseguido, empobrecido e assassinado através de meios políticos, diplomáticos e judiciais, este último usando canais nacionais e internacionais possíveis contra os infratores", prometeu Forquilha.

O presidente do Podemos apelou a marchas e manifestações pacíficas na busca do que chamou de "verdade eleitoral".

"Apelamos aos nossos compatriotas, jovens que lutam do Rovuma ao Maputo pela justiça dessas eleições, que continuem a fazer a sua marcha pacífica sem algum vandalismo a bens públicos e privados", pediu, indicando que as manifestações são para manter por serem um meio para reivindicar "aquilo que foi roubado".

A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) venceu as eleições de 09 de outubro com maioria absoluta, garantindo 171 deputados, com o estreante Podemos a eleger 43, destronando a Renamo na liderança da oposição.

De acordo com os resultados proclamados pela presidente do CC, Lúcia Ribeiro, referentes às eleições gerais de 09 de outubro, a Frelimo mantém-se com uma maioria parlamentar, com 171 deputados, menos 24 do que foi anteriormente anunciado em 24 de outubro pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

O Podemos, até agora extraparlamentar, ficou em segundo lugar ganhando estatuto de principal partido da oposição, com 43 deputados, 12 a mais em relação aos anteriormente divulgados pela CNE

Enquanto decorria a leitura do acórdão de proclamação dos resultados, já manifestantes, apoiantes de Venâncio Mondlane, contestavam na rua, com pneus em chamas.

Os confrontos pós-eleitorais provocaram pelo menos 130 mortos, segundo o balanço feito pela Plataforma Eleitoral Decide, que monitoriza os processos eleitorais em Moçambique, e que aponta ainda para 385 pessoas baleadas.

As eleições gerais de 09 de outubro incluíram as sétimas presidenciais - às quais já não concorreu o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite de dois mandatos - em simultâneo com legislativas e para assembleias e governadores provinciais.

Leia Também: Pelo menos 16 mortos nas últimas 24 horas nos protestos em Moçambique

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