O grupo Alwiyat al-Waad al-Haq (Brigadas da promessa justa, em português), que se acredita ter ligações com fações armadas pró-iranianas no Iraque, afirmou ter lançado quatro drones na quarta-feira de madrugada contra os EAU.
"O povo da Península Arábica realizou um ataque contra os 'Emirados do Mal' na madrugada [quarta-feira]", disse o grupo num comunicado publicado 'online'.
Os Emirados Árabes Unidos intercetaram e destruíram "três 'drones' hostis" que entraram no seu espaço aéreo, revelou quarta-feira o Ministério da Defesa daquele país.
"O Ministério da Defesa anuncia a interceção e destruição, longe de áreas povoadas, de três 'drones' hostis que entraram no espaço aéreo [dos Emirados} na madrugada de hoje [quarta-feira]", pode ler-se no comunicado divulgado na rede social Twitter.
O comunicado divulgado no início da madrugada de quarta-feira não especificou quem lançou os 'drones', nem onde foram intercetados, mas a suspeita recai sobre os rebeldes iemenitas Huthis.
O governo dos Emirados Árabes Unidos assegurou ainda que está "pronto para enfrentar qualquer ameaça" e "tomar todas as medidas necessárias para proteger o Estado e o seu território".
"O Alwiyat al-Waad al-Haq vai continuar a realizar ataques até que os Emirados parem de interferir nos assuntos dos países da região, principalmente no Iémen e no Iraque", indicou o grupo, alertando que os "futuros ataques" seriam mais "dolorosos".
As autoridades dos EUA não comentaram o argumento do Alwiyat al-Waad al-Haq sobre o ataque.
Os Emirados, que apoiam uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita que combate no Iémen desde 2015, foram alvo de três ataques com mísseis e 'drones' em janeiro, um dos quais matou três trabalhadores migrantes.
O segundo ataque, a 24 de janeiro, visou a base aérea de Al-Dhafra onde estão estacionadas as forças norte-americanas, que intercetaram mísseis lançados pelos Huthis.
Os Huthis levaram a cabo várias operações contra a Arábia Saudita, mas o ataque de 17 de janeiro em Abu Dabi foi o primeiro reconhecido pelos Emirados dentro das suas fronteiras.
Este ataque foi seguido de uma série de bombardeamentos aéreos da coligação no Iémen e por ofensivas terrestres das forças governamentais contra os rebeldes Huthis.
Os Emirados retiraram as tropas do Iémen em 2019, mas continuam a ser um elemento influente no conflito.
Uma força paramilitar apoiada pelos EAU liderou este mês uma ofensiva que possibilitou ao Governo iemenita recapturar uma província do sul do país que estava sob o controlo dos rebeldes.
A guerra no Iémen matou 130.000 pessoas desde 2015, tanto civis como combatentes, e exacerbou a fome e a miséria em todo o país.
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