"As conversas que tive tornaram possível alcançar algum progresso para a segurança e estabilidade da região", disse Macron, durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Kiev, após uma viagem a Moscovo, onde reuniu com Putin.
Macron anunciou que haverá nova reunião de nível consultivo dos líderes do Formato da Normandia (Ucrânia, Rússia, França e Alemanha), em Berlim, na quinta-feira, para procurar uma solução para a crise ucraniana.
"Este processo deve avançar independentemente das tensões no nosso continente e da pressão militar na fronteira", defendeu o Presidente francês.
O Ocidente acusa a Rússia de se preparar para invadir a Ucrânia, um país já dilacerado por uma guerra civil no leste entre as forças de Kiev e separatistas pró-russos apoiados por Moscovo.
A Rússia nega a intenção bélica, mas condiciona qualquer medida para diminuir a tensão a garantias para a sua segurança, incluindo que a Ucrânia nunca será membro da NATO e que a aliança retirará as suas forças para as suas posições de 1997.
Macron insistiu que "a França e a Alemanha continuarão a ser mediadores" no conflito no leste da Ucrânia e lembrou que, ainda com a ex-chanceler alemã Angela Merkel, concordaram em continuar estas negociações ao nível de chefes de Estado.
Zelensky, que se mostrou disponível para se reunir com Vladimir Putin, expressou a confiança de que as negociações em Berlim permitirão avanços significativos nas manobras diplomáticas.
Macron sublinhou que Putin e Zelensky confirmaram a sua disponibilidade para cumprir os Acordos de Minsk, embora o Presidente da Rússia tenha acusado Kiev, no dia anterior, de se recusar a implementá-los, preferindo negociar diretamente com os separatistas pró-russos.
"Esta é a única forma de alcançar uma paz duradoura. Os Acordos de Minsk conseguiram parar o derramamento de sangue", explicou o chefe de Estado francês, que relatou que Putin lhe garantiu que não foi "o iniciador da escalada" na fronteira com a Ucrânia.
"Contudo, ao mesmo tempo, vemos contingentes militares russos na Bielorrússia (...) e isso explica a situação de pressão e tensão", acrescentou Macron.
"Nas próximas semanas, espera-nos uma tarefa complexa. Para começar, devemos avançar metodicamente e com firmeza até ao fim, em conformidade com os Acordos de Minsk", disse o Presidente francês.
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