ExxonMobil, Chevron, BP e Shell são objeto de um inquérito parlamentar sobre o seu papel na propagação de informação manipulada a propósito das alterações climáticas.
Um dos cientistas ouvidos na Câmara dos Representantes acusou aquelas multinacionais de saberem há mais de quarenta anos que as suas atividades eram poluentes, mas optaram por promover "campanhas de negação e adiamento".
Agora, para Michael Mann, da Universidade estadual da Pensilvânia, "está-se a pagar o preço destes adiamentos, sob a forma de fenómenos meteorológicos extremos", citando entre outros a vaga de calor que afetou milhões de norte-americanos no final de junho e os incêndios na Califórnia.
Criticou também a estratégia atual dos conglomerados petrolíferos, que prometem diminuir a intensidade carbónica das suas operações, a relação com as emissões de dióxido de carbono e a produção da empresa.
"É como se o vosso médico vos dissesse que deviam reduzir as gorduras na vossa alimentação", comparou. "E, portanto, passam às batatas fritas com menos 40% de matérias gordas, mas comem duas vezes mais. Isto não ajuda".
Em outubro, os representantes de ExxonMobil, Chevron, BP e Shell tinham defendido as suas posições, assegurando que tinham acelerado nos últimos anos os investimentos em energias alternativas.
"Essas promessas não passam de desinformação", acusou Tracey Lewis, da organização não-governamental Public Citizen, alarmando-se do impacto das alterações climáticas nas "pessoas pobres e de cor", que sofrem em pleno "os efeitos mortais das energias fósseis na saúde".
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