Na sequência da escalada de tensões na Ucrânia, onde os ocidentais acusam a Rússia de se preparar para invadir o país vizinho, os Estados Unidos já levantaram a possibilidade do Qatar, aliado norte-americano no Golfo, abastecer os países da Europa Ocidental caso o fornecimento de gás russo for cortado.
O Qatar é um país rico em gás e conta com reservas significativas, mas encontra-se, no entanto, no máximo da sua capacidade de produção e já deu indicação que tem de honrar os contratos de longo prazo com a Ásia.
A organização catari revelou na terça-feira que a cimeira do GECF decorre em 22 de fevereiro com a participação da Rússia, embora não tenha especificado se o Presidente Vladimir Putin irá marcar presença.
Rússia, Irão e Qatar são membros-chave do GECF, que contará ainda com dois dias para reuniões ministeriais, segundo o programa divulgado pela organização.
Os Estados Unidos e a Austrália, dois outros grandes exportadores de gás, não fazem parte deste Fórum.
Segundo o GECF, os seus onze membros -- Qatar, Rússia, Irão, Argélia, Bolívia, Egito, Guiné Equatorial, Líbia, Nigéria, Trinidad e Tobago e Venezuela -- e os sete países associados, representam 70% das reservas comprovadas de gás e 51% das exportações mundiais de gás natural liquefeito (GNL).
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, frisou na segunda-feira que não existirá o gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha mas ainda não entrou em operação, caso Moscovo avance com a invasão à Ucrânia.
A União Europeia tem procurado alternativas ao gás russo, em caso de uma crise energética.
A comissária europeia para a Energia, Kadri Simson, visitou na sexta-feira o Azerbaijão, membro observador do GECF.
Em 01 de fevereiro, o ministro da Energia do Qatar, Saad al-Kaabi, apontou que o seu país, sozinho, não poderia salvar a Europa caso a Rússia interrompesse o fornecimento de gás.
O Ocidente acusa a Rússia de se preparar para invadir a Ucrânia, um país já dilacerado por uma guerra civil no leste entre as forças de Kiev e separatistas pró-russos apoiados por Moscovo.
A Rússia nega a intenção bélica, mas condiciona qualquer medida para diminuir a tensão a garantias para a sua segurança, incluindo que a Ucrânia nunca será membro da NATO e que a aliança retirará as suas forças para as suas posições de 1997.
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