Grupos de Facebook e de Telegram com o título "Convoy France officiel" contabilizavam mais de 45 mil membros na segunda-feira, segundo uma contagem da agência francesa de notícias AFP, e assumiam o objetivo de tentar organizar uma ação nacional de grande escala pelo "respeito pelas liberdades e direitos fundamentais".
Seis "comboios" de automóveis -- em 'carpooling' (partilha de carros) ou apenas com os seus condutores - estão a ser convocados para se formarem hoje, a partir de Bayonne, Nice (sul), Estrasburgo (leste) ou Cherbourg (oeste).
Os manifestantes devem reunir-se em Paris na sexta-feira à noite, mas nenhum local específico é mencionado nas redes sociais.
Algumas das convocatórias pedem que a reunião aconteça em Bruxelas na segunda-feira, 14 de fevereiro, para haver "uma convergência europeia".
A "Convoy France" não pede diretamente qualquer ação de reagrupamento ou de bloqueio, como sublinhou no domingo a porta-voz do movimento, Marisa, num vídeo divulgado na internet.
O movimento surge a dois meses das eleições presidenciais em França e, segundo uma fonte policial citada pela AFP, está a "ser levado a sério pelas autoridades", que já organizaram "dispositivos de vigilância".
Na manhã de segunda-feira, um primeiro "comboio" de cerca de 30 manifestantes, que tentavam chegar à capital nos seus veículos, foi intercetado na região de Paris "de forma calma", segundo a polícia.
Nos 'chats' (grupos de conversa na internet) consultados pela AFP, algumas mensagens mencionavam possíveis ações, em particular na periferia de Paris, mas a maioria dos participantes propõe momentos de convívio através da distribuição de refeições ou alojamento na estrada.
No Canadá, um movimento de protesto iniciado por camionistas, para quem a vacina anti-covid-19 é obrigatória se quiserem atravessar a fronteira para os Estados Unidos, paralisa a capital, Otava, há mais de uma semana e já abrange outros pontos do país.
O movimento canadiano, apelidado de "Freedom Convoy", visava inicialmente protestar contra a decisão das autoridades de exigirem, desde meados de janeiro, que os camionistas fossem vacinados para atravessar a fronteira, mas rapidamente se transformou num protesto geral contra as medidas sanitárias para evitar a propagação da pandemia de covid-19 e também, para alguns, contra o Governo liderado por Justin Trudeau.
Em França, a maioria dos participantes está próxima das mobilizações dos "coletes amarelos", movimento de protesto de origem espontânea, que começou com manifestações em França em outubro de 2018, contra um anúncio de aumento dos impostos sobre combustíveis, e que depois se espalhou para outros países.
O novo movimento visa encontrar "uma nova maneira" de expressar insatisfação, disse um organizador à AFP, pedindo anonimato.
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