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Covid-19. Última vaga não sobrecarregou hospitais de Cabo Verde

O ministro da Saúde cabo-verdiano afirmou hoje que a última vaga da pandemia de covid-19 no arquipélago, que começou no final de dezembro, provocou um número de mortes "muito inferior ao esperado" e não sobrecarregou os hospitais.

Covid-19. Última vaga não sobrecarregou hospitais de Cabo Verde
Notícias ao Minuto

11:22 - 10/02/22 por Lusa

Mundo Cabo Verde

"Isto deveu-se sem dúvida, em grande parte, às elevadas taxas de vacinação contra a covid-19 em Cabo Verde. Dados recentes indicam que 72,5% da população com 18 anos ou mais de idade já recebeu duas doses de vacina", afirmou o ministro Arlindo do Rosário, ao intervir esta manhã numa conferência de imprensa, por vídeo conferência, organizada pelo escritório da Organização Mundial (OMS) para África.

"Por mais desafiante que tenha sido a última vaga, ao longo da época de férias, foi notável que os hospitais não ficaram sobrecarregados e os serviços de saúde de rotina continuaram a funcionar. O número de mortes foi muito inferior ao esperado, com uma taxa de letalidade a volta de 0,7%, situando-se abaixo da letalidade provocada pelas ondas anteriores", afirmou ainda o ministro da Saúde cabo-verdiano.

Nesta conferência de imprensa participam ainda a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, o ministro da Saúde do Ruanda, Daniel Ngamije, e o diretor-geral do Departamento Nacional de Saúde da África do Sul, Sandile Buthelezi, e assinala o segundo aniversário do isolamento do primeiro vírus da Sars-CoV-2 em África.

Arlindo do Rosário admitiu que "após uma onda severa" da pandemia, "ligada à variante Ómicron, entre o final de dezembro de 2021 e início de janeiro deste ano, os casos diminuíram de 7.182 na primeira semana de janeiro para 105 na última semana, e a taxa de testes positivos é atualmente, em média, de 2,5%".

"Embora tenham sido dois anos difíceis, estou satisfeito por ver Cabo Verde a sair da fase aguda da pandemia", afirmou igualmente o governante.

Explicou que o programa de vacinação baseado nas escolas e dirigido a adolescentes dos 12 aos 17 anos, iniciado em meados de dezembro, alcançou já 74,6% deste grupo etário com uma dose de vacina.

"As segundas doses estão agora a serem administradas, estando já 51,7% com a vacinação completa", disse ainda, elogiando em simultâneo o desempenho dos recursos humanos no setor da saúde e a sua mobilização durante a pandemia.

"Ao longo das últimas décadas temos trabalhado arduamente para assegurar que todos os cabo-verdianos estejam a 30 minutos de um centro de saúde. O sistema de saúde foi capaz de se mobilizar rapidamente para fornecer vacinação em todas as dez ilhas do arquipélago. Além disso, quando a covid-19 começou, demos prioridade à realização de testes e tratamentos para a covid-19 de forma gratuita", destacou.

Para Arlindo do Rosário, a "boa confiança entre a população e o seu Governo, particularmente o setor da saúde", acabou por "contribuir para a elevada taxa de vacinação e elevado cumprimento das medidas sociais e de saúde pública".

"Acreditamos que Cabo Verde é um exemplo de como um sistema de saúde forte, uma mão-de-obra empenhada e capaz, e elevados níveis de confiança da população nos serviços de saúde podem ajudar a combater uma epidemia, e permitir que o país retome o seu forte progresso no desenvolvimento económico e social", enfatizou o ministro, na mesma intervenção.

De acordo com o mais recente boletim epidemiológico, divulgado na quarta-feira pelo Ministério da Saúde, Cabo Verde conta com 95 casos ativos de covid-19 e regista um acumulado de 398 mortes por complicações associadas à doença, além de 55.820 infetados desde o início da pandemia, mas 55.276 foram considerados recuperados.

Arlindo do Rosário recordou que no início da pandemia de covid-19, com os primeiros casos detetados no arquipélago em março de 2020, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimava uma recessão económica equivalente a 6,8% do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde naquele ano, "previsão revista para 14%, em larga medida pelo impacto da ausência de turismo, num setor que garante 25% do PIB do arquipélago".

"Como é um país pequeno, arquipelágico constituído por dez ilhas, fomos afetados de uma forma desproporcional pela covid-19. Devido à nossa dependência do turismo e das cadeias de abastecimento globais, a covid-19 teve um impacto significativo no desenvolvimento económico no país, causando redução das oportunidades de negócios, perda de empregos e queda na produtividade total, e consequentemente a recessão do PIB e aumento da dívida pública, agravando o cenário macro fiscal", assinalou.

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