Moçambique. Presidente do Zimbabué diz que terrorismo é ameaça regional

O terrorismo em Cabo Delgado é uma ameaça a toda a sub-região da África Austral e não apenas a Moçambique, disse hoje o Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, durante uma visita de trabalho à cidade da Beira.

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Lusa
11/02/2022 18:16 ‧ 11/02/2022 por Lusa

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"Nós acelerámos a assistência [a Moçambique] como resultado desta ameaça em Cabo Delgado, porque não afeta Moçambique sozinho, é uma ameaça a toda a região", referiu Mnangagwa.

"Se a deixarmos espalhar-se, vai afetar toda a região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral [SADC] e seus países. Logo, temos de cooperar e lidar com ela na origem", acrescentou.

Emmerson Mnangagwa falava após conversações à porta fechada com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, em que a insurgência no norte foi um dos temas em foco.

Já antes, durante uma cerimónia de inauguração de locomotivas que vão ligar os dois países, o chefe de Estado do Zimbábué tinha anunciado a entrega de mil toneladas de cereais para as vítimas de ataques terroristas.

Nyusi disse que os moçambicanos estão "gratos por este gesto sem igual" e enalteceu o facto de o país vizinho estar a "participar de forma significativa na formação de jovens das Forças de Defesa e Segurança (FDS) em diferentes especialidades".

"O Zimbabué está a dar o anzol para pescarmos, não está a dar o peixe", referiu Nyusi, numa alusão ao treino prestado às tropas moçambicanas.

O chefe de Estado referiu que, graças a essa formação, jovens militares conseguiram resistir a novas investidas de insurgentes sobre Palma, vila dos projetos de gás, atacada há cerca de um ano.

Questionado pela Lusa sobre se prefere um prazo de validade ou estabelecer objetivos para a força conjunta internacional presente no terreno, Filipe Nyusi considerou que "a maior meta" é "acabar com o terrorismo", seja daqui a "seis meses ou um ano" - sendo que "o terrorismo é imprevisível e não tem fronteiras".

Daí a importância dos apoios que Moçambique está a tentar mobilizar para financiar a ação militar conjunta, acrescentou.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a SADC permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes.

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