A ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Marise Payne, afirmou que o pessoal da embaixada foi temporariamente transferido para Lviv, a sexta cidade mais populosa da Ucrânia, no oeste do país, a cerca de 70 quilómetros da fronteira polaca, onde serão prestados serviços consulares aos australianos.
"Continuamos a aconselhar os australianos a deixar a Ucrânia imediatamente", disse Payne, dado que "as condições de segurança podem mudar a curto prazo" e por as autoridades australianas considerarem que as ações militares russas poderão "limitar severamente" a capacidade de prestar assistência consular, de acordo com um comunicado.
Por outro lado, o primeiro-ministro australiano disse que "a situação está a atingir uma fase muito perigosa" e considerou "completamente inaceitáveis" as "ações autocráticas e unilaterais da Rússia para ameaçar e intimidar a Ucrânia".
Em conferência de imprensa, Scott Morrison criticou o papel da China na crise, acusando o país de manter um "silêncio terrível" sobre o destacamento de soldados russos para a fronteira ucraniana.
Morrison, cujo governo tem uma relação tensa com a China há anos, sublinhou que a Austrália "não pode aceitar de ânimo leve a coligação de autocracias" que tentam intimidar outros países.
O Ocidente acusa a Rússia de ter reunido dezenas de milhares de tropas junto à fronteira da Ucrânia para invadir novamente o país, depois de ter anexado a península da Crimeia em 2014, e de apoiar, desde então, uma guerra separatista no Donbass (leste ucraniano).
A Rússia nega essa intenção, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da NATO.
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