Imagens da televisão mostram a polícia a prender os poucos manifestantes que permaneceram, após o amanhecer, perto da Ponte Ambassador, que liga Detroit a Windsor, Ontário, a passagem da fronteira mais movimentada para os EUA.
Apenas duas carrinhas caixa aberta, 'pickup', e menos de uma dúzia de manifestantes bloquearam a estrada de acesso à ponte, antes da intervenção da polícia.
No sábado, a polícia persuadiu os manifestantes a retirarem as suas carrinhas e outras viaturas da entrada do cruzamento que recebe 25% de todo o comércio dos dois países, embora tenha permanecido fechado.
Na capital, Otava, as filas de protestos aumentaram e a polícia disse que eram 4.000 manifestantes. A cidade tem assistido a isso nos últimos fins de semana, enquanto as pessoas, ao som de música alta, se encaminham para o centro da cidade, onde os manifestantes anti-vacinas estão acampados desde o final de janeiro.
Os protestos na ponte, em Otava e noutros lugares, fizeram eco fora do país, com inspiração semelhante, com os "comboios da liberdade" em França, Nova Zelândia e Holanda, e o departamento de Segurança Interna dos EUA alertou que "os comboios de camiões" podem estar em andamento no país.
"O primeiro-ministro enfatizou que as passagens de fronteira não podem e não permanecerão fechadas, e que todas as opções estão na mesa", disse o seu gabinete, através de um comunicado no sábado, depois de se reunir com altos funcionários.
A polícia de Otava, num comunicado na noite de sábado, disse que tinha sido montado um centro de comando conjunto com a Polícia Provincial de Ontário e a Polícia Montada Real Canadense.
A nota refere que isso reforçaria as capacidades, que foram limitadas por "preocupações de segurança, decorrentes de comportamento agressivo e ilegal de muitos manifestantes, e das capacidades limitadas de atuação da polícia".
A polícia já tinha divulgado um comunicado onde afirmava que o protesto estava em ocupação ilegal e dizia que esperava por reforços antes de avançar com um plano para acabar com as manifestações.
O autarca de Otava, Jim Watson, declarou estado de emergência na semana passada para a capital, onde centenas de camiões permaneceram em frente ao Parlamento e os manifestantes instalaram casas de banho portáteis do lado de fora do gabinete do primeiro-ministro.
A intervenção da polícia segue-se à ordem judicial emitida sexta-feira por um juiz canadiano, que determinou o fim do bloqueio à circulação na ponte Ambassador, eixo comercial fundamental que liga Ontário e a cidade norte-americana de Detroit.
O gabinete do primeiro-ministro Justin Trudeau considerou a decisão judicial "responsável e necessária", acrescentando que o governante manteve uma conversa com o Presidente dos EUA Joe Biden.
Na quinta-feira, os Estados Unidos ofereceram ajuda ao Canadá para acabar com o bloqueio das passagens na fronteira por manifestantes.
A emissora pública do Canadá, CBC, referiu que a Casa Branca e o Departamento de Segurança Interna norte-americano disponibilizaram recursos para acabar com os bloqueios das passagens de fronteira, devido aos danos que estão a causar à economia.
"A polícia de Windsor iniciou a fiscalização na ponte Ambassador e perto dela. Pedimos a todos os manifestantes que ajam legal e pacificamente. Solicita-se às pessoas que evitem as áreas afetadas pelas manifestações neste momento", escreveu a polícia canadiana na rede social Twitter.
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