OSCE convoca reunião para que Moscovo esclareça manobras militares

A Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) convocou uma reunião para terça-feira, na qual os 57 membros podem participar para obter informações de Moscovo sobre as atividades militares nas fronteiras ucranianas.

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Lusa
14/02/2022 16:15 ‧ 14/02/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

A reunião - incluindo Ucrânia, Rússia, EUA e União Europeia (UE) - foi solicitada pelo governo ucraniano, no âmbito de um mecanismo para promover a transparência e reduzir os riscos nas atividades militares dos estados da OSCE.

"A Ucrânia pediu à presidência polaca da OSCE para realizar uma reunião com a Rússia e outros estados interessados em atividades militares incomuns", informou a organização, num comunicado.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmitro Kuleba, anunciou no domingo a ativação de uma cláusula de um acordo dentro da OSCE - o Documento de Viena - que visa promover a transparência na movimentação de tropas.

"Exigimos uma reunião com a Rússia e todos os estados participantes dentro de 48 horas para discutir o reforço e a redistribuição ao longo da nossa fronteira e a da Crimeia temporariamente ocupada", disse Kuleba, numa mensagem na rede social Twitter.

Kuleba sublinhou que a Rússia deve honrar os seus compromissos com a transparência militar para reduzir as tensões, se quiser falar seriamente sobre segurança no espaço da OSCE.

A Ucrânia exige que a Rússia forneça explicações sobre as suas atividades militares junto da fronteira ucraniana, onde concentrou mais de 100.000 soldados e armas pesadas.

A OSCE - composta por 57 Estados - é a única organização multilateral, além das Nações Unidas, em que Rússia, países ocidentais e Ucrânia se sentam à mesma mesa.

Entretanto, a Polónia - a maior nação da União Europeia a fazer fronteira com a Ucrânia -- está a preparar-se para aceitar refugiados ucranianos, na eventualidade de uma invasão russa.

Enquanto outros países retiram as suas missões diplomáticas na Ucrânia, a Polónia diz que, por enquanto, mantém as operações diplomáticas naquele país, para a eventualidade de ser necessário facilitar uma saída em larga escala de ucranianos.

A Polónia - que recebeu um grande número de imigrantes ucranianos nos últimos anos, principalmente após a anexação da Crimeia, em 2014 -- tem vindo a fazer planos para aceitar, de novo, refugiados.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Marcin Przydacz, disse que a Polónia espera que não haja uma escalada de tensão na Ucrânia, mas que o país está a preparar-se para qualquer possibilidade, nomeadamente a hipótese de ter que acolher refugiados, em fuga de um conflito militar.

"Neste pior cenário, não estamos a falar de centenas ou milhares, mas de números muito maiores", disse Przydacz, durante uma entrevista radiofónica, mostrando-se confiante em que Moscovo aceite ainda uma solução diplomática para o conflito.

Nesse sentido, o Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano, confirmou hoje que o seu ministro se deslocará a Moscovo, na quarta-feira, para tentar desencorajar uma "agressão" russa contra a Ucrânia, levando uma mensagem clara dos aliados europeus, da NATO e da OSCE.

"Estamos determinados a transmitir mensagens claras, unitárias e firmes a Moscovo, em estreita coordenação com os nossos parceiros e aliados europeus, a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a OSCE, para desencorajar qualquer agressão ou escalada", disse Di Maio.

Leia Também: Wall Street segue em terreno misto com foco na crise ucraniana

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