Scholz considera "inaceitável" ideia de expulsar palestinianos de Gaza

O chanceler alemão, Olaf Scholz, considerou esta terça-feira inaceitável a ideia de expulsar palestinianos da Faixa de Gaza para o Egito ou para a Jordânia, como sugeriu o Presidente norte-americano Donald Trump.

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Lusa
28/01/2025 23:42 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Médio Oriente

luz das recentes declarações públicas, digo muito claramente que qualquer plano de deslocação --- a ideia de que os cidadãos de Gaza serão expulsos para o Egito ou para a Jordânia --- é inaceitável", vincou Scholz, durante um comício eleitoral em Berlim.

 

Quase todos os 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza foram deslocados pela guerra que começou com o ataque do grupo islamita palestiniano Hamas a Israel, em 07 de outubro de 2023.

No sábado, Trump lançou a ideia de "limpar" Gaza após o conflito e transferir os palestinianos do território devastado pela guerra para o Egito ou para a Jordânia, "um outro lugar onde talvez pudessem viver em paz por uma vez".

Na sua reação hoje, Scholz reafirmou o seu apoio a uma solução de dois Estados e disse que a Autoridade Palestiniana deveria assumir a responsabilidade pela Faixa de Gaza.

"A paz só é possível se houver esperança num futuro autossuficiente", frisou Scholz.

"Qualquer pessoa que acredite que pode haver uma hipótese de paz na região que não seja baseada na autonomia da Cisjordânia e de Gaza dentro de um Estado palestiniano [deve saber que] isso não vai funcionar", acrescentou.

Trump comparou a Faixa de Gaza a um "local de demolição" e disse ter falado com o rei Abdullah II da Jordânia sobre a situação, acrescentando que faria o mesmo no domingo com o Presidente egípcio.

O Egito desmentiu hoje, no entanto, notícias de media norte-americanos sobre uma conversa telefónica sobre Gaza.

Aplaudida por membros de extrema-direita do Governo israelita, a sugestão de Trump foi rejeitada por Egito, Jordânia, Autoridade Palestiniana, Liga Árabe e ONU, bem como por os grupos palestinianos radicais Hamas e Jihad Islâmica.

O Irão também rejeitou a proposta, referindo que os palestinianos não podem ser expulsos da Palestina, e sugeriu a expulsão dos israelitas para a Gronelândia, numa alusão às exigências territoriais feitas por Trump relativamente ao território autónomo dinamarquês.

"Levem-nos para a Gronelândia para poderem matar dois coelhos com uma cajadada só. Assim, resolve-se o problema da Gronelândia e o problema dos israelitas", ironizou o chefe da diplomacia do Irão, Abbas Araqchi, numa entrevista à televisão britânica Sky News.

Quinze meses de guerra entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza provocaram mais de 47.000 mortos e um elevado nível de destruição de infraestruturas no território controlado pelo grupo extremista palestiniano desde 2007.

A ofensiva israelita foi desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e o rapto de 250 pessoas que foram levadas como reféns para a Faixa de Gaza.

Os combates cessaram em 19 de janeiro, véspera da posse de Trump como Presidente dos Estados Unidos, no âmbito de um acordo de cessar-fogo negociado por vários mediadores, incluindo o Qatar e o Egito.

Desde que entrou em vigor, a trégua permitiu a troca de sete reféns israelitas por centenas de prisioneiros palestinianos.

Leia Também: Mais de 376 mil palestinianos regressaram ao norte de Gaza

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