PR chinês define combate ao surto como "tarefa primordial" de Hong Kong

O Presidente chinês, Xi Jinping, apontou hoje o combate ao surto de covid-19 em Hong Kong como a "tarefa primordial" do governo local, numa altura em que a região semiautónoma atinge novo máximo diário de casos.

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Lusa
16/02/2022 10:34 ‧ 16/02/2022 por Lusa

Mundo

Covid-19

Segundo Wen Wei Po, jornal pró Pequim de Hong Kong, Xi deu pessoalmente instruções e orientou o vice-primeiro-ministro Han Zheng a expressar à chefe executiva de Hong Kong, Carrie Lam, o alto nível de preocupação que os líderes do Partido Comunista Chinês têm face ao surto na cidade.

Zheng enfatizou que o governo de Hong Kong "deve assumir seriamente a principal responsabilidade e considerar a rápida estabilização e controlo da epidemia como a atual tarefa primordial" para Lam, de acordo com o jornal.

O vice-primeiro--ministro disse que as agências do governo central da China e a província vizinha de Guangdong fornecerão a Hong Kong recursos para combater o surto, incluindo testes rápidos de antigénio, conhecimento médico e suprimentos.

Hong Kong está a enfrentar o seu pior surto desde o início da pandemia, superando os 2.000 novos casos de covid-19 por dia esta semana.

O governo local instituiu regras rígidas, proibindo encontros com mais de duas pessoas. As unidades de saúde estão a começar a transbordar, forçando o Centro Médico Caritas da cidade a tratar alguns pacientes em camas colocadas fora do edifício.

A China conseguiu controlar o vírus dentro das suas fronteiras, mantendo uma política rígida de "tolerância zero", que envolve bloqueios totais e testes em massa da população local quando é detetado um surto.

Hong Kong também tem aderido a esta política, apesar das diferenças entre a região administrativa especial da China e o continente chinês.

Pequim não permitirá que as fronteiras de Hong Kong com o continente sejam reabertas, a menos que a cidade atinja e mantenha zero casos de covid-19.

Na semana passada, todo o bairro de luxo de Discovery Bay foi submetido a testes, depois de as autoridades encontrarem vestígios do vírus no esgoto.

As pessoas que testam positivo e tenham sintomas graves são obrigadas a ficar em quarentena em hospitais, ou em instalações administradas pelo governo, para sintomas leves ou mesmo sem sintomas.

O novo número recorde de casos é impulsionado pela variante Ómicron, que é altamente contagiosa.

A cidade-estado de Singapura, de tamanho semelhante a Hong Kong, adotou medidas rígidas de bloqueio no início da pandemia, mas agora está a seguir a tendência global de coexistência com o vírus.

O número de novos casos 'per capita' na cidade disparou com a Ómicron, com 1.911 novos casos por milhão de pessoas relatados na segunda-feira, contra 66 por milhão em Hong Kong, segundo os números oficiais.

Mas as pessoas com teste positivo que não apresentam sintomas ou apenas sintomas leves precisam apenas de cumprir quarentena em casa. Mesmo aqueles que apresentam sintomas mais graves são orientados a consultar um médico antes de irem ao hospital.

Singapura evitou assim pressionar o seu sistema de saúde. O país também possui uma das maiores taxas de vacinação do mundo, com 88% da sua população totalmente vacinada, em comparação com 64% em Hong Kong.

Leia Também: Macau alarga exigência de vacinação a pessoas de Hong Kong e Taiwan

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