"Estamos firmes e determinados em defender os nossos valores, acompanhamos a situação numa base diária, de forma próxima, [...] e instamos a Rússia a reduzir as tensões. Precisamos de provas visíveis e concretas no terreno", declarou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
Numa curta declaração à imprensa em Bruxelas, após o encontro informal entre os líderes da UE sobre a crise ucraniana, que durou menos de uma hora, o responsável explicou que, na ocasião, ficou assente a "unidade muito forte entre os Estados-membros, juntamente com a NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]".
"Foi também uma ocasião para expressarmos o nosso apoio à Ucrânia e para transmitirmos a mensagem de que acreditamos que devemos utilizar todos os instrumentos diplomáticos, todos os formatos diplomáticos, a fim de reduzir as tensões e resolver as dificuldades", adiantou Charles Michel.
Antes do encontro informal com os líderes dos 27, Charles Michel falou por telefone com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para expressar a solidariedade europeia a Kiev, dadas as investidas russas.
Segue-se agora a cimeira com a União Africana, que decorre hoje e sexta-feira em Bruxelas.
Da agenda do encontro informal, marcado na quarta-feira, fazia apenas parte uma discussão sobre a ameaça de uma agressão russa à Ucrânia ao nível dos líderes dos 27, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, numa altura em que o Kremlin (Presidência russa) garante que concluiu algumas das manobras militares nas zonas fronteiriças, um anúncio recebido com cautela pela UE e pela NATO.
O encontro informal dos líderes da UE coincidiu com uma reunião de ministros da Defesa da NATO, que hoje termina, e na qual Portugal está representado por João Gomes Cravinho.
O Ocidente acusa a Rússia de ter concentrado mais de 100.000 tropas nas fronteiras da Ucrânia para invadir novamente o país vizinho, depois da anexação da Crimeia em 2014.
Nas últimas horas, os Estados Unidos acusaram a Rússia de ter aumentado o contingente militar na fronteira com a Ucrânia em sete mil tropas nos últimos dias, apesar de Moscovo ter anunciado uma retirada parcial das forças aí destacadas.
As novas estimativas colocariam o número de forças russas próximo das 150 mil, número citado pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, num discurso transmitido na televisão no início desta semana.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas exige garantias para a sua segurança, incluindo uma promessa de que a Ucrânia nunca será membro da NATO, uma exigência liminarmente rejeitada pelo Ocidente, que propôs em troca conversações com Moscovo sobre outros assuntos de segurança, como o controlo de armas ou visitas recíprocas a infraestruturas sensíveis.
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