Ucrânia: Le Drian alerta Lavrov para consequências de um ataque
O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, manifestou hoje ao seu homólogo russo, Sergey Lavrov, a preocupação de França com a escalada da tensão no leste da Ucrânia e avisou-o das consequências de um ataque.
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Mundo Ucrânia
"As numerosas violações do cessar-fogo constatadas pela missão da OSCE são contrárias aos compromissos alcançados nas recentes reuniões do formato de Normandia", pode ler-se num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros de França.
Os observadores internacionais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) informaram na sexta-feira que as violações do cessar-fogo na região oriental ucraniana de Donbas registaram um "aumento significativo", com mais de 800 violações só na sexta-feira, mais do triplo da média do último mês.
Le Drian alertou Lavrov, por telefone, para as "consequências para a Rússia de qualquer nova afronta à integridade territorial da Ucrânia" e, segundo o comunicado, expressou a certeza "sobre a resposta unida dos europeus e dos seus aliados a tal afronta", com "sanções maciças".
"A presidência francesa do Conselho da União Europeia assumirá todas as suas responsabilidades", afirmou.
O chefe da diplomacia francesa sublinhou, no entanto, que ainda há espaço para o diálogo e garantiu que o seu país está disposto a trabalhar nesse sentido.
"Mas cabe à Rússia apostar por esse diálogo se tiver uma vontade sincera. Hoje os seus atos e as suas palavras não estão em sintonia", conclui o comunicado.
A conversa entre Le Drian e Lavrov ocorre à margem da Conferência de Segurança de Munique, onde pela primeira vez em muito tempo não há um representante russo.
Lavrov participou no encontro nos últimos 12 anos, incluindo durante a crise da Crimeia em 2014.
Alguns observadores consideram que a ausência russa significa que o Kremlin abandonou os esforços para encontrar uma solução pacífica para a crise da Ucrânia.
O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.
Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.
Entretanto, nos últimos dias, o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos têm vindo a acusar-se mutuamente de novos bombardeamentos no leste do país, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.
Ainda hoje, à margem da Conferência de Munique, está previsto um encontro entre a vice-Presidente norte-americana, Kamala Harris, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
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