Zelensky mobiliza militares na reserva para reforçarem Exército

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, determinou hoje a mobilização parcial de militares na reserva para reforçar o Exército, mas descartou por agora uma mobilização total para as forças armadas, face ao aumento da ameaça russa.

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© JOHN THYS/AFP via Getty Images

Lusa
22/02/2022 22:48 ‧ 22/02/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

 

Zelensky explicou, numa comunicação ao país, que este novo decreto se aplica apenas aos ucranianos na reserva operacional, mobilizados para reforçar o Exército que combate as milícias pró-Rússia na região do Donbass e enfrenta a ameaça militar russa na fronteira.

O chefe de Estado ucraniano acrescentou que, normalmente, esta reserva é ativada em período de hostilidades e que abrange "um período especial de tempo", sem especificar.

"Precisamos de acrescentar rapidamente pessoal adicional ao Exército ucraniano e a outras formações militares", vincou.

As Forças Armadas da Ucrânia abrangem cerca de 250.000 militares e conta com uma reserva de cerca de 140.000, noticia a agência Associated Press (AP).

Zelensky divulgou ainda que irão decorrer "em breve" exercícios militares para os ucranianos em situação de reserva que vão compor as unidades de defesa territorial.

O Presidente da Ucrânia determinou o aumento do número de integrantes nestas unidades para dois milhões, onde se incluem caçadores e guardas-florestais.

Mas assegurou, que, por enquanto, "não há uma necessidade de mobilização geral" entre a população, algo que os separatistas pró-Rússia fizeram no sábado com todos os homens maiores de idade.

No discurso à nação, Zelensky descartou ainda uma guerra em larga escala com a Rússia e, desta forma, rejeitou a imposição de uma lei marcial na região do Donbass, apesar do reconhecimento por Moscovo da independência das duas autoproclamadas repúblicas separatistas, de Donetsk e Lugansk.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que as forças armadas russas poderão deslocar-se para aqueles territórios ucranianos em missão de "manutenção da paz", decisão que já foi autorizada pelo Senado russo.

Zelensky, que considerou o reconhecimento por Moscovo uma violação da integridade territorial do seu país, não avançou com o rompimento das relações diplomáticas com a Rússia, apesar de já ter admitido este cenário e de estar a ser pressionado para o fazer.

O chefe de Estado ucraniano lamentou ainda que o Ocidente não tenha adotado sanções preventivas contra a Rússia antes de Moscovo reconhecer as repúblicas separatistas.

Mas saudou as decisões já impostas, como a suspensão pela Alemanha da certificação do controverso gasoduto Nord Stream 2, que deveria transportar gás russo diretamente para a Alemanha, sem passar por território ucraniano.

Também hoje a UE aprovou hoje um "pacote de sanções" contra a Rússia "por unanimidade", revelou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

O Reino Unido também anunciou sanções contra três oligarcas conhecidos por serem próximos do Presidente russo, Vladimir Putin, e contra cinco bancos russos.

Já o Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou hoje um conjunto de sanções económicas a indivíduos, entidades e bancos russos.

Joe Biden afirmou que os Estados Unidos da América (EUA) impõem, no imediato, um "bloqueio total" a duas grandes instituições financeiras russas e "sanções abrangentes" à dívida russa.

 

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