Bloco defende que Portugal "deve condenar a aventura militar de Putin"

O BE defendeu hoje que Portugal deve condenar "a aventura militar" do Presidente russo, Vladimir Putin, em relação à Ucrânia, mas demarcar-se dos "posicionamentos de apoio aos EUA e à expansão da NATO".

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Lusa
23/02/2022 15:33 ‧ 23/02/2022 por Lusa

Política

Ucrânia

 

Numa nota da Comissão Política do BE, intitulada "Não à agressão imperialista da Rússia. Por uma Ucrânia integral e neutral", o partido liderado por Catarina Martins refere que "perante a anexação do Donbass, o Bloco condena a aventura militar de Putin, aliás acompanhada de um discurso imperialista que nega o direito da Ucrânia à existência como Estado independente".

"Trata-se da rejeição dos Acordos de Minsk, violados por ambas as partes ao longo dos anos. Esta anexação configura, sem margem para dúvidas, uma rutura com o processo anterior, a partição do território da Ucrânia, cujas fronteiras são reconhecidas pelas Nações Unidas, totalmente à revelia do direito internacional. A atuação de Putin só encontra acolhimento significativo em conhecidas personalidades da extrema-direita europeia", critica.

Assim, para o BE, "Portugal deve condenar a aventura militar de Putin e demarcar-se dos posicionamentos de apoio aos EUA e à expansão da NATO".

Portugal pode, na análise dos bloquistas, "apoiar a aplicação de sanções aos dirigentes russos, aos oligarcas seus apoiantes e respetivas companhias internacionais, oferecendo a sua solidariedade política e diplomática à Ucrânia para a preservação do seu território".

"O governo português deve, no quadro da União Europeia, insistir na via diplomática para definir termos de cessar-fogo no Donbass e para a convivência na região", defendem.

Na perspetiva dos bloquistas, "a imposição americana de armamento e bases da NATO ao longo das fronteiras da Federação Russa resulta num agravamento das tensões e numa escalada do conflito à maneira da Guerra Fria".

"O Governo português deve atuar para que a Ucrânia possa ter um estatuto de facto congénere ao da Finlândia - de neutralidade respeitada. É numa tal solução, aceitável por todas as partes, que as diplomacias europeias deveriam empenhar os seus esforços", propõem.

O BE recorda ainda uma resolução da Mesa Nacional do partido, de 05 de fevereiro, na qual alertava que "o reforço da máquina de guerra da NATO, a pretexto das manobras militares do imperialismo russo", punha em perigo "a paz na Europa" e que a Rússia devia "incondicionalmente respeitar a integridade territorial da Ucrânia".

O Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu, na segunda-feira, as autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, no Donbass, e autorizou o exército russo a enviar uma força de "manutenção da paz" para aqueles territórios no leste da Ucrânia.

A decisão foi tomada após meses de elevada tensão entre a Rússia e o Ocidente, depois de Moscovo ter concentrado dezenas de milhares de tropas nas fronteiras com a vizinha Ucrânia, mas enquadra-se num diferendo iniciado há três décadas.

Leia Também: Rússia promete "resposta forte" às sanções dos Estados Unidos

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