"Considerando os últimos desenvolvimentos dramáticos na Ucrânia, a presidente Metsola convocou para quinta-feira de manhã uma reunião extraordinária da Conferência dos Presidentes [líderes dos partidos políticos]", anunciou o gabinete da líder da assembleia europeia, numa nota enviada à Lusa.
Presentes na reunião, que decorre em formato híbrido e que será "uma oportunidade para trocar pontos de vista" sobre a crise de segurança ucraniana, estarão também os presidentes da Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Espera-se que, na reunião, sejam abordados os vários aspetos da crise, incluindo a condenação da União Europeia à "agressão russa contra a Ucrânia, a violação do direito internacional e dos Acordos de Minsk, o apoio da UE à independência e integridade territorial da Ucrânia e a rápida adoção de sanções pelo Conselho", elenca o gabinete de Roberta Metsola na nota.
A reunião visa, ainda, "expressar solidariedade com o povo da Ucrânia e recordar a importância da unidade contínua da UE", adianta.
Roberta Metsola, que tem sido bastante crítica da ofensiva russa e ativa na defesa da soberania ucraniana, participará na quinta-feira à noite na cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, também hoje convocada, para discutir a escalada da tensão entre Ucrânia e Rússia.
A convocação deste Conselho Europeu extraordinário ocorre no mesmo dia em que o Comité de Representantes Permanentes dos Governos dos Estados-Membros da União Europeia adotou, em definitivo, as sanções contra a Rússia aprovadas na terça-feira pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27.
Na terça-feira à noite, os embaixadores dos Estados-membros junto da UE já haviam dado aval à lista de sanções europeias à Rússia, que, segundo o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, visam "atingir, e muito" as autoridades russas, tendo o pacote sido formalmente adotado hoje.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, e dois bancos privados da Rússia estão entre os alvos das sanções, que abrangem 27 indivíduos e entidades dos setores político, militar, empresarial e dos media, além de cerca de 350 membros da câmara baixa do parlamento russo (Duma).
Relativamente às sanções financeiras, preveem-se restrições às relações económicas e comerciais da UE com as duas regiões separatistas, de Donetsk e Lugansk, bem como o congelamento de bens de dois bancos privados russos e limites à capacidade de o Estado russo aceder aos mercados de capitais e financeiros da UE.
As posições da UE surgem após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as autoproclamadas repúblicas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste da Ucrânia), e de ter ordenado a mobilização do exército russo para "manutenção da paz" nestes territórios separatistas pró-russos.
A decisão de Putin foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
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