EUA discutem com UE aplicação de mais "sanções poderosas" contra a Rússia
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, manifestou quarta.feira ao chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, a disponibilidade dos Estados Unidos de imporem "sanções adicionais poderosas" à Rússia, caso esta avance com uma invasão da Ucrânia.
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Mundo Rússia/Ucrânia
Os dois diplomatas mantiveram uma conversa telefónica na qual voltaram a insistir no "forte apoio à soberania da Ucrânia" e na "importância de manter uma união transatlântica perante a agressão russa", refere o comunicado divulgado pelo Departamento de Estado norte-americano.
Face ao receio do Ocidente de uma invasão russa à Ucrânia, Antony Blinken reafirmou a "prontidão dos Estados Unidos, em coordenação com a União Europeia (UE) e outros parceiros, em impor sanções adicionais poderosas e medidas económicas" a Moscovo, caso o ataque se concretize.
Antony Blinken e Josep Borrell condenaram "nos termos mais fortes" a decisão russa em reconhecer a independência das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia.
Este ato de Moscovo exige "uma resposta firme" por representar "uma flagrante violação do direito internacional", referiram.
Após as sanções económicas impostas na terça-feira contra dois bancos, à dívida soberana e a membros da elite russa, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou esta quarta-feira sanções contra empresas que participaram na construção do gasoduto Nord Stream 2, que pretende transportar gás russo para a Alemanha.
A Casa Branca defendeu esta quarta-feira as medidas económicas "duras" impostas à Rússia, mas advertiu que "são apenas uma demonstração" dos "custos crescentes" que Moscovo enfrentará se continuar com as suas ações no leste da Ucrânia.
Medidas semelhantes contra a Rússia foram adotadas pelos aliados de Washington, como o Reino Unido e a UE.
Depois do reconhecimento, Putin autorizou o Exército russo a enviar uma força de "manutenção da paz" para Donetsk e Lugansk, fazendo aumentar o receio de uma ofensiva da Rússia no leste da Ucrânia.
O Ocidente acusa Moscovo de quebrar os Acordos de Minsk, assinados por Kiev e pelos separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk, sob a égide da Alemanha, França e Rússia.
Estes visavam encontrar uma solução para a guerra entre Kiev e os separatistas apoiados por Moscovo que começou em 2014, pouco depois de a Rússia ter anexado a península ucraniana da Crimeia.
A guerra no Donbass já provocou mais de 14.000 mortos e 1,5 milhões de deslocados desde 2014, segundo as Nações Unidas.
Em 2014, os separatistas declararam a independência dos territórios ucranianos de Donetsk e Lugansk, que a Rússia reconheceu na segunda-feira, numa decisão vista pelo Ocidente como um sinal de uma nova invasão da Ucrânia.
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