"De acordo com o Ministério do Interior da Ucrânia, o ataque já causou centenas de vítimas e podem ser milhares. As famílias estão a perder entes queridos e amigos. Estão a criar uma crise humanitária. A falta de serviços básicos para os que ficam e a saída de muita gente poderia ter sido evitada. Mas, a Rússia escolheu a força em vez do diálogo", disse Helga Schmid numa intervenção na assembleia da OSCE.
Helga Schmid voltou a pedir à Rússia a paragem de um ataque "inaceitável" e recordou a Moscovo as obrigações que tem no quadro do direito internacional, incluindo o direito humanitário que proíbe ataques indiscriminados contra civis.
A diplomata recordou que o diálogo não se tinha esgotado e que a presidência da OSCE, assim como os Estados Unidos e a União Europeia e diferentes capitais se tinham oferecido para mediar e dialogar com a Rússia.
Helga Schmid acrescentou que a prioridade da OSCE é a segurança dos observadores no leste da Ucrânia que estão a ser transferidos para outras zonas do país.
A organização que integra 57 Estados, incluindo a Rússia, Ucrânia e todos os países do bloco europeu convocou para hoje à tarde uma reunião para abordar a invasão russa.
A OSCE funciona por consenso o que significa que a oposição de um Estado membro, como a Rússia, pode bloquear qualquer decisão.
Moscovo já tinha efetuado uma intervenção militar na Ucrânia em 2014 que levou a anexação da península ucraniana da Crimeia.
Hoje de madrugada, a Rússia lançou uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.
Leia Também: AO MINUTO: NATO "fará tudo" para defender aliados; Mais explosões em Kiev