"A China sempre respeitou a soberania e a integridade territorial de todos os países", disse Wang, de acordo com uma transcrição divulgada pelo ministério chinês.
"Mas também vimos que a questão ucraniana tem uma história especial e complexa. Entendemos as preocupações de segurança razoáveis da Rússia", apontou.
A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.
Moscovo exigiu, nas últimas semanas, garantias ao Ocidente para a segurança da Rússia, em particular a promessa de que a Ucrânia não se juntaria à NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Os laços China - Rússia foram reforçados, sob o comando do líder chinês, Xi Jinping, que recebeu Putin, em Pequim, no início deste mês.
Pequim afirmou por várias vezes compreender as preocupações russas com a segurança. Xi e Putin emitiram uma declaração conjunta contra o alargamento da NATO na Europa de leste.
Mas Pequim também se inibiu de apoiar a invasão da Ucrânia.
"A China está a acompanhar de perto os últimos desenvolvimentos", disse hoje Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, recusando-se a descrever o ataque como uma "invasão".
"Pedimos a todas as partes que exerçam moderação para evitar que a situação fuja do controlo", disse.
Na quarta-feira, Hua acusou o Ocidente de criar "medo e pânico" com a crise e disse que os Estados Unidos estão a alimentar as tensões ao fornecer armas a Kiev.
Hua não comentou a acusação infundada de "genocídio" das populações de língua russa, feita por Moscovo, para justificar a sua intervenção na Ucrânia.
A embaixada chinesa na Ucrânia pediu hoje que os seus cidadãos aumentem a sua vigilância perante os "graves distúrbios" no país.
O Presidente russo disse que o ataque responde a um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, da NATO, União Europeia e Conselho de Segurança da ONU.
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